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Médio Oriente: O que Esperar de Obama?


A maior parte dos analistas políticos concordam que a próxima administração Obama vai ter pela frente a difícil tarefa de tentar encontrar uma solução pacífica para a crise no Médio Oriente. Durante oito anos a administração Bush tentou resolver o assunto, mas teve pouco sucesso.

O antigo Conselheiro para a Segurança Nacional, o general da Força Aérea na reforma, Brent Scowcroft, que exerceu aquela função entre 1974 e 1977 e entre 1989 e 1993, afirmou que Barack Obama deve-se envolver cedo no Médio Oriente na sua presidência.

Mas Scowcroft avisou que haverá oposição contra um maior envolvimento americano na região.

"Haverá muitas pessoas a dizerem-lhe para não o fazer" disse Scowcroft acrescentando que os opositores a um envolvimento americano irão dizer a Obama que "no passado presidentes atolaram-se no assunto do processo de paz e isso é muito perigoso."

Por sua vez, o antigo secretario de Estado, Lawrence Eagleburger, que exerceu as funções em 1992, disse serem imensos os assuntos que precisam de ser resolvidos.

"Não estou totalmente certo de que qualquer envolvimento por alguém a qualquer altura vá resolver os problemas de Israel, dos palestinianos e dos terroristas," disse Eagleburger.

" Cada vez que algum palestiniano ou alguém desse lado da barricada se movimenta para tentar lidar com o assunto ou fazer compromissos, ou acaba morto ou eh afastado do poder" acrescentou o antigo secretário de estado para quem alguns do lado palestiniano mostram "intransigência" porque não querem que haja uma solução para o problema "a não ser correr com Israel para o mar."

O antigo Conselheiro para a Segurança Nacional, Scowcroft, pensa que para que haja progressos no Médio Oriente, os Estados Unidos devem falar com o Hamas, o maior e mais influente movimento militante palestiniano, que controla a faixa de Gaza.

A administração Bush rejeitou quaisquer conversações com o Hamas, descrevendo-o como um grupo terrorista.

O antigo secretario da Defesa, James Schlesinger, que exerceu as funcoes entre 1973 e 1975, acredita que os Estados Unidos vão continuar com a politica de não falar com o Hamas.

"Não vejo nada que indique que vamos mudar de uma forma significativa a nossa posição" disse para quem contudo pode haver contactos indirectos.

"Devemos, tal como fizemos durante a administração Carter com a OLP, de Yasser Arafat, falar em com o Hamas, através de terceiros e sem o conhecimento público" explicou.

Durante a campanha para as eleições presidenciais, Barack Obama, disse não apoiar negociações com o Hamas até que esta organização renuncie ao terrorismo e reconheça o direito de Israel de existir. Analistas dizem que será interessante ver, dada a violência entre o Hamas e Israel, se Obama irá manter a sua posição após tomar posse no dia 20 de Janeiro.

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