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Capitão Moussa Camará é o Novo Líder da Guiné Conackry


Na Guiné Conackri, na sequência da morte do presidente Lansana Conté, um grupo de militares reivindicando o controlo do país afirmaram que já escolheram um líder e que ele será o novo presidente do país. O líder é o capitão Moussa Camará que prometeu que realizará eleições no prazo de dois anos.

Numa declaração difundida, na quarta-feira, através da rádio nacional, o capitão Camará afirmou que o exército decidiu tomar o poder para salvar o país do desastre. Camará acrescentou que os militares não pretendem agarrar-se ao poder e que a única razão pela qual as eleições não podem realizar-se mais cedo é para não comprometer a integridade territorial do país. Ele acusou ainda o governo do primeiro-ministro Amed Tidiane de estar a tentar infiltrar mercenários no país. Tidane desmentiu entretanto tais acusações

Os militares por detrás da tentativa do golpe militar afirmam que irão organizar, nas suas palavras, eleições livres, credíveis e transparentes em Dezembro de 2010.

O Capitão Moussa Camará disse, numa transmissão radiofónica, que as forças armadas estão a assumir o poder, afim de salvar o povo guineense do desespero. Afirmou que os militares não estão ansiosos por se manter no poder e que a única razão porque não poderá haver eleições dentro em breve é para impedir que a integridade territorial da Guiné Conackry seja comprometida.

O líder golpista guineense acusou o governo civil de tentar recrutar mercenários estrangeiros, mas não disse onde é que estes seriam recrutados ou quais seriam os seus propósitos ao entrarem no país.

O governo civil guineense disse, por sua vez, que não foi forçado a abandonar o poder. O porta-voz da Assembleia Nacional, o primeiro-ministro e o Chefe de Estado Maior do Exercito, disseram que a intentona fora apoiada apenas por uma facção de soldados, e que o governo está no processo de restaurar a ordem.

Um jornalista, em Conackry, disse à Voz da América que a capital regressou à calma durante a noite, mas que bancos, escritórios de governo continuam fechados, enquanto militares que apoiam a tentativa, patrulham as ruas em tanques, "jeeps", roquetes e lança-granadas. O centro comercial, na baixa da capital, estava aberto na manhã de quarta-feira, enquanto táxis e outros veículos circulavam pelas ruas de Conackry. Todavia, a gasolina e outros produtos energéticos se podiam obter apenas no mercado negro, encontrando-se ainda fechadas as estacões de serviço.

A tentativa de golpe de terça-feira seguiu-se à morte do presidente guineense de longa data, Lansana Conté, que assumiu o poder num golpe militar há 24 anos, tendo sobrevivido a várias tentativas, ele próprio, para o derrubar de poder.

Com a morte do presidente Conté, a Constituição guineense afirma que o poder da nação reverte ao Supremo Tribunal que deverá proclamar o presidente da Assembleia Nacional presidente interino do país até à realização de novas eleições dentro de 60 dias.

Mas, os líderes do golpe dizem que o governo de Lansaná Conté é responsável pela corrupção generalizada, pela impunidade e ainda pelo colapso económico do país, tornando a Guiné ,o primeiro produtor mundial de alumínio, num dos países mais pobres do mundo.

As Nações Unidas, os Estados Unidos e a antiga potência colonial, a Franca, bem como outras nações, manifestaram a sua oposição à tentativa de golpe. O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormick, disse, na terça-feira, que Washington deseja uma transição pacífica em Conackry. Disse McCormick: "O que desejamos ver é uma transição mais democrática que governe as estruturas do povo guineense. Estamos preparados em trabalhar com os líderes desse país para esse fim. Mas, de momento, desejamos avaliar o que na realidade se passou".

Entretanto, a União Africana está reunida em Adis Abeba para discutir o golpe e o futuro político da Guiné.

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