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A Necessidade de Diálogo


A Assembleia Geral das Nações Unidas concluiu uma conferencia de dois dias sobre o dialogo inter-religioso, com um apelo aos estados membros para promoverem o respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos – incluindo a fé religiosa. Num comunicado, os participantes afirmaram também a sua rejeição ao uso da religião para justificar mortes e terrorismo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a conferencia, principiada pelo rei saudita, Abdullah bin Abdulaziz, ocorreu numa altura em que a necessidade pelo dialogo entre as pessoas nunca foi tão necessária.

“A conferencia reuniu pessoas que de outra maneira não tinham uma possibilidade para interagirem. Juntamente com outras iniciativas, irá contribuir para a construção um mundo mais harmonioso”.

A conferencia juntou o rei da Arábia Saudita e o presidente de Israel, Shimon Peres, que embora nunca tivessem tido falado directamente um com o outro, fizeram-no pela primeira vez e jantaram na mesma sala.

Numa conferencia de imprensa conjunta com o secretário-geral, o ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, príncipe Saud al-Faisal, disse que o elemento importante da conferencia e que não se concentrou na teologia ou doutrina, mas nas éticas e valores que todas as fés religiosas partilham.

Mas a Arábia Saudita – o local de nascimento do Islão – não autoriza a pratica publica de outras fés religiosas que não a sua estrita interpretação do islamismo sunita conhecido por Wahhabismo. Grupos de direitos humanos e outros criticaram os sauditas por patrocinarem uma conferencia nas Nações Unidas apelando à tolerância quando discriminam na sua casa.

Quando interrogado se o seu país se tornou mais tolerante das outras fés religiosas, o ministro dos Estrangeiros saudita foi cauteloso na sua resposta.

“Se juntamos pessoas para que entendam que tem as mesmas éticas, os mesmos valores, isso abrira os corações e as mentes das pessoas para futuros progressos. Mas dizer de principio, você tem de se auto-transformar em algo que não é agora ou nada pode ser alcançado, é, penso eu levar o argumento muito longe.”

Na Quinta-feira, primeiro dia da conferencia, o presidente George W. Bush, na que foi provavelmente a sua ultima presença nas Nações Unidas antes de abandonar a Casa Branca em 20 de Janeiro, disse a Assembleia Geral que a liberdade religiosa e um dos aspectos comuns dos governos democráticos.

“As pessoas que são livres de expressar as suas opiniões podem desafiar as ideologias do ódio. Podem defender as suas crenças religiosas e falar contra aqueles que procuram distorce-las para fins diabólicos. Podem impedir os seus filhos de caírem sob a alçada de extremistas dando-lhes uma alternativa mais esperançosa”.

O presidente Bush elogiou o rei Abdullah por ter dado inicio ao dialogo inter-religioso, mas desafiou também indirectamente a intolerância do governo saudita para com outras religiões. Citando a Declaração Universal dos Direito Humanos, Bush afirmou que “quem quer que seja tem o direito de escolher ou mudar de religião e o direito de praticá-la em privado ou em publico”.

A conferencia das Nações Unidas sobre o dialogo ecuménico reuniu mais de uma dúzia de lideres mundiais, assim como mais de 60 outros ministros e dignatários. Entre aqueles que discursaram quinta-feira na conferencia contou-se o primeiro-ministro britânico Gordon Brown e o presidente paquistanês Asif Ali Zardari, viúvo da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto.

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