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Congo Em Foco Na Imprensa Americana


A guerra na Republica Democrática do Congo foi a questão Africana que mais atenção mereceu nos principais jornais americanos durante a semana passada.

Num editorial titulado Miséria no Congo o Washington Post afirmou que os problemas fundamentais no Congo continuam a ser os mesmo.

"Tutsis na parte leste do país agora liderados pelo senhor da guerra Laurent Nkunda, afirmam que se estão a defender de milícias Hutus originárias do vizinho Ruanda," enquanto "os Tutsis são apoiados moralmente ou mesmo materialmente pelo vizinho Ruanda".

"O governo do Congo tem repetidamente prometido desarmar e dispersar as milícias Hutus, mas não o fez. Em vez disso o seu exército mal disciplinado tem estado a colaborar com essas milícias," disse o Washington post no seu editorial.

Para o Washington Post outra razão do conflito são as riquezas dessa zona do Congo, sublinhando que Nkunda jà declarou a sua oposição a um acordo entre o governo e a China pelo qual este país recebe direitos aos minérios em troca da construção de estradas e caminhos de ferro.

O jornal é de opinião que deve ser feita mais uma tentativa para desarmar as milícias Hutus permitindo que alguns desses militantes devem receber autorização para regressar ao Ruanda. Mas, nas suas palavras, os piores elementos têm que ser neutralizados.

A correspondente Stephanie McCrummen do Washington Post escreveu uma reportagem datada de Rutshuru em que citou o General Nkunda como tendo dito que esse acordo entre a China e o governo de Kinshasa é um acto de "colonialismo económico". Nessa reportagem a correspondente cita elementos do governo congolês como tendo dito que as milícias Hutus não constituem um perigo e as queixas de Nkunda e do Ruanda são apenas uma desculpa para se apoderarem de terra e minérios.

O Christian Science Monitor foi o outro jornal americano que na semana passada publicou um editorial sobe a guerra no Congo. Nesse editorial o jornal opinou que "a diplomacia internacional pode conseguir uma suspensão temporária do actual conflito, mas tendo em conta que a raiz do problema jaz no genocídio do Ruanda, o mundo precisa de reexaminar as tentativas do presidente ruandês Paul Kagame para resolver as tensões entre os Hutus e Tutsis".

Para o Christian Science Monitor o Ruanda poderá ser um modelo para África sobre como se pôr termo a conflitos étnicos mas, disse, como a guerra no Congo demonstra, "o caminho para a clemência é duro e difícil".

O repórter Scott Baldauf do mesmo jornal escreveu uma interessante reportagem datada de Luntukulo, na parte leste do Congo em que abordou precisamente a questão das riquezas minerais da região.

Para Baldauf as guerras no Congo que parecem ser apenas motivadas por questões étnicas são na verdade "uma questão de negócios". Baldauf faz notar que os rebeldes Hutus alimentam as milícias controlando o comércio em diversos minérios que abundam na região.

"Tendo em conta os seus enormes recursos naturais, o Congo deveria ser um dos países mais ricos do mundo, pois estima-se que possui 300 mil milhões dólares em madeira, ouro, diamantes, cobalto, cobre, estanho e columbite-tantalite" escreveu o correspondente do Christian Science Monitor. "Quase oitenta por cento das reservas conhecidas deste ultimo minério essencial para os telefones celulares e jogos video estão no Congo. Contudo em vez de serem uma benção as riquezas do Congo são uma maldição" acrescentou.

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