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Raça e as Eleições de 2008


No dia 4 de Novembro, os eleitores americanos fazem face a uma escolha histórica.

A candidatura de Barack Obama significa que um negro faz, pela primeira vez, parte da lista de candidatos à presidência.

A corrida à Casa Branca é omnipresente -- nas ondas da rádio, nos jornais, na televisão, atraíu a atenção mundial. A corrida é histórica, com o senador Barack Obama a ser o primeiro africano-americano a ganhar a nomeação a presidente de um dos maiores partidos políticos. Mas será que a América está pronta a enviar um negro para a Casa Branca?

A eleição no dia 4 de Novembro serõa como nenhuma outra antes. Pela primeira vez, um dos candidatos dos dois maiores partidos do país, o senador Barack Obama, é negro. Além de irem escolher o próximo presidente, alguns eleitores americanos vão vão ser confrontados com as suas atitudes raciais.

Larry Sabato, da Universidade da Virginia, diz que a cor da pele de Obama será por certo um factor.

”Bom não sejamos inocentes. Existe algum preconceito racial, e não é apenas no Sul ou nos estados fronteiriços. Penso que é um verdadeiro problema para Obama. Um problema que é difícil para ele enfrentar. Por mais conversações sobre raça, mais as pessoas falam sobre isso. Mas, se não for enfrentado, pode tornar-se num problema ainda maior.”

A nomeação de Barack Obama ultrapassou uma enorme barreira. mas ele não é a primeira pessoa a tentar o caminho para a Casa Branca.

Em 1972, a congressista democrata de Nova Iorque, Shirley Chisholm, pensou em tentar obter a nomeação pelo partido, mas acabaria por não enveredar por esse caminho. Em 1968, Chisholm tornara-se na primeira negra americana eleita para a Câmara dos Representantes. Na altura os Estados Unidos emergiam de anos de marchas e manifestações em prol dos direitos cívicos, com o objectivo a pôr cobro à segregação e discriminação racial no sul.

Esta luta culminou em Abril de 1968 com o assassinato do líder dos direitos cívicos Dr. Martin Luther King Jr. Por todo o país, a ira e a frustação dos negros saltaram para as ruas.

Dezasseis anos mais tarde, Jesse Jackson, fez campanha pela nomeação presidencial eplos democratas. Obteve cerca de 3.5 milhões de dólares nas primárias. Quatro anos mais tarde, em 1988, na sua segunda tentativa, Jesse Jackson conseguiu duplicar o número de votos.

Barack Obama apresentou-se como um tipo diferente de candidato, nota Thomas Mann, investigador da Instituição Brookings, em Washington.

”Obama representa uma nova geração de candidatos minoritários. Não saíu da geração dos direitos cívicos. Não é pela confrontação. Não está a concorrer como um africano-americano. Concorre como Barack Obama.”

A campanha de Obama atraíu brancos, latinos, asisáticos americanos juntamente com os africanos-americanos. Deu nova energia aos jovens, de uma forma como já não se via desde as eleições que tiveram lugar logo a seguir à decisão de baixar a idade de votar, para os 18 anos de idade, em 1972. A superfície, podemos assumir que a alargada base de apoio de Obama e os números das sondagens irão servir-lhe muito bem no dia das eleições.

Mas a investigadora Vesla Weaver da Universidade da Virginia diz que nas eleições anteriores, os candidatos negros foram surpreendidos de forma pouco agradável.

” Penso que muito dessa surpresa tem a ver com o facto de as pessoas fazerem uma coisa dentro do local de voto, e depois virem cá para fora dizer outra. E grande parte disso deve-se a uma resposta que tem a ver com raça.”

Em 1982, para as eleições camarárias de Los Angeles, as sondagens à boca das urnas davam vantagem a Tom Bradley. Mas quando os votos foram contados, ele perdera a eleição.

Em 1989, nas eleições para governador da Virgínia, o candidato negro Doug Wilder estava à frente com uma vantagem de 10 pontos, antes do escrutínio. Quando os votos foram contados, contudo, a sua margem de vitória era de menos de um porcento.

Os analistas políticos chamam a isto ”fenómeno Bradley. Algo que acreditam continua a ser factor nas eleições.

Quando a VOA perguntou a eleitores de diferentes grupos etários e económicos e de diferentes regiões se estavam prontos para eleger um presidente negro. Se uns responderam positivamente, outros não se mostraram tão seguros.

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