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O Zimbabwe e ANC no Centro das Atenções


O "New York Times" debruçou-se, na semana passada, em detalhes sobre a situação no Zimbabwe com uma extensa reportagem sobre a situação política no país e um editorial opinando sobre essa situação.

Célia Dugger, correspondente do NY Times, em que afirma que foi a pressão de comandantes militares preocupados com a possibilidade de serem julgados foi o que levou o presidente Mugabe a resolver, unilalteralmente, reivindicar para o seu partido as pastas da Defesa, Interior e Negócios Estrangeiros pondo em perigo o acordo de comparticipação do poder.

Dugger afirmou na reportagem que foi logo no dia seguinte à assinatura do acordo de comparticipação do poder com Morgan Tsvangirai que os militares e membros do seu partido indicaram a sua oposição.

No dia seguinte, numa reunião do bureau político do seu partido, Mugabe foi asperamente criticado por ter cedido demasiada autoridade, disseram membros do bureau político. O acordo foi mal recebido pelas duas principais facções no partido. Uma liderada por Emerson Mnangagwa, antigo chefe dos serviços de segurança, que comandou a campanha de Mugabe para a segunda volta das eleições presidenciais; a outra chefiada por Joice Mujuro , uma vice-presidente do país e pelo seu marido, Solomon Mujuru, um antigo comandante do exército".

A correspondente do NY Times revelou ainda que os comandantes das forças armadas mostraram preocupação porque o acordo não continha uma garantia explícita de imunidade.

Célia Dugger revelou que existem provas concretas de que muitos dirigentes militares estiveram pessoalmente envolvidos nos planos de violência contra a oposição. Uma lista de nomes de 200 oficiais que foram enviados para diversas partes do país para monitorizarem a campanha de intimidação foi adquirida por jornalistas e organizações cívicas. Essas lista conte nomes, posição e os distritos onde cada um esses oficiais operou, disse a correspondente do NY Times

Essa reunião revelou divisões dentro da ZANU com apoiantes de Mujuru a acusarem Mugabe de tentar dar aos apoiantes de Mnangagwga os melhores postos no gabinete devido ao facto de ter sido este quem organizou a sua campanha.

Num editorial intitulado "A Ùltima Traição de Mugabe", o jornal opinou que um governo de Mugabe que na obedeça ao espirito do acordo não deve ser reconhecido.

O jornal escreve que Thabo Mbeki, o antigo presidente sul-africano e mediador do acordo, deveria garantir que, desta vez, o acordo terá que estipular os detalhes de um novo governo e a sua garantia. Opinou o "NY Times": "Restaurar ou melhorar esses detalhes vai necessitar de novas pressões diplomáticas e sanções por parte dos Estados Unidos, a União Europeia e, mais importante, por parte do resto de África, a começar pelo novo governo da África do Sul. Não pode haver reconhecimento internacional de qualquer governo que deixe Mugabe em controlo total dos ministérios de segurança".

Karin Bruilliard, do "Washington Post", escreveu uma interessante reportagem sobre as divisões dentro do Congresso Nacional Africano, da África do Sul, o ANC, e sobre as notícis de que alguns dissidentes poderão em breve formar um novo partido.

A correspondente do "Post" refere que o ANC está profundamente afectado por lutas internas e críticas de que sucumbiu ao fraccionismo e ao carreirismo que resultaram no anúncio que alguns proeminentes membros apoiantes de Thabo Mbeki vão formar um novo partido: "Ninguém pensa que o ANC irá perder as eleições do próximo ano. O partido permanece uma máquina eleitoral poderosa com raízes profundas entre as massas rurais e pobres. Mas, alguns especialistas em sondagens indicam que a desilusão poderá diminuir a maioria de dois terços do partido. Os analistas afirmam que isso se deve, em parte, ao facto do ANC ser liderado por figuras da luta de libertação cuja retórica revolucionária está a perder ressonância entre gerações que já passaram a maior parte ou todas as suas vidas em liberdade".

Eram palavras de uma reportagem de Karin Bruilliard do "Washington Post ",intitulada "Na África do Sul olha-se Para Além do ANC".

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