Links de Acesso

África na Imprensa dos EUA


A pirataria ao largo da Somália foi esta semana um dos principais temas africanos nas páginas dos grandes jornais americanos. Mas houve outros claro está. A ameaça de dissidentes do Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul de formarem um novo partido foi também alvo de grande atenção e um dos grandes jornais americanos publicou uma extensa reportagem sobre a ansiedade que se vive no país quanto ao seu futuro.

São os temas que abordamos no nosso ”África na Imprensa Americana” - um programa semanal em que passamos em revista os principais jornais americanos para vermos como é que a situação em África está a ser vista aqui nos Estados Unidos.

E começamos precisamente com a questão da pirataria ao largo da Somália. O Washington Post publicou um editorial sobre a questão afirmando que as nações do mundo parecem ter começado a reagir ao perigo que isso constitui para a navegaçao internacional na zona. Mas diz que a reacçao dos governos ao perigo da pirataria revela que ainda não aprenderam as liçoes de um passado recente.

Opinou o Washington post: ”Esses governos ainda não absorveram uma das principais lições do 11 de Setembro de 2001, nomeadamente que estados falhados - particularmente os islâmicos - podem constituir uma ameaça para além das suas fronteiras. Caso os seus problemas fundamentais não sejam resolvidos, a Somália vai continuar a exportar os seus problemas e a pirataria poderá não ser o pior”

E não pode haver dúvidas que os problemas na Somõalia são graves. O correspondente Jeffrey Gettleman do ”New York Times” escreveu uma longa reportagem datada de Afgooye na Somália sobre a situação desesperada a população civil do país.

Gettleman disse que embora a atenção do mundo esteja virada para os piratas milhões de somális continuam a sofrer lentamente e sem qualquer atenção do mundo.

Escreveu Gettleman: ”O sofrimento não é novo. Ou mesmo surpreendente. Este país tem estado no último ano e meio a caír lenta mas seguramente para o abismo. Alguns diriam que isso está a acontecer há 17 anos. Entidades da ONU descrevem a Somália como a crise esquecida”.

A situação na África do Sul foi outro tema africano que esteve em foco na semana finda nos grandes jornais americanos. A ameaça de Mosiuoa Lekota - uma das figuras históricas do partido no poder - de formar uma nova organização foi alvo de reportagens dos correspondentes americanos na África do Sul.

Barry Bearak do ”New York Times” escreveu uma extensa reportagem em que afirma que 14 anos após o fim do apartheid há um sentimento generalizado no país de ansiedade e pessimismo que não diz só respeito às lutas internas no Congresso Nacional Africano, e ao desjo da populaçao de existir o que chama de uma maior clareza moral a nível dos líderes do país.

Acrescentou Berak: ”O último ano foi particularmente perturbador com diversos acontecimentos tristes que tornam claro que é mais do que apenas a política amarga dentro do ANC que fez deteriorar o sentimento nacional. O crescimento económico abrandou; os preços aumentaram. Violência xenófoba eclodiu em várias cidades com multidões assassinando estrangeiros pobres e expulsando milhares de outros das suas casas. A companhia de energia do país teve que subitamente racionar a electricidade, quando esta faltou por todo o país. O conceito de que a áAfrica do Sul era o único lugar no continente imune a esse tipo de incompetência desapareceu”.

Estas são palavras de um artigo de Barry Berak do ”New York Times” que fez notar que a emigração da população branca do país está também a aumentar. Mas o correspondente do ”New York Times” fez notar que talvez haja uma preponderância entre todos os sectores da população sul africana para ver a situação de uma forma pessimita (citamos) um copo que está mais do que meio cheio como estando quase vazio.

Estes alguns dos artigos sobre África publicados na imprensa americana, nos últimos dias.

XS
SM
MD
LG