O Perfil de John McCain

John Sidney McCain III nasceu em Agosto de 1936 numa base aérea, na zona do Canal do Panamá, quando a área era ainda controlada pelos Estados Unidos e o pai se encontrava ali como almirante.

McCain passou os 10 primeiros anos de vida de um lado para o outro, devido às colocações do pai, incluindo na região do Pacífico.

Em criança John era conhecido pela sua personalidade agressiva e temperamento explosivo. Frequentou, no mínimo, 20 escolas até se formar em 1954.

Seguindo as pisadas do pai e do avô, também almirante, McCain entrou na Academia Naval de Annapolis. Mas, a sua passagem foi marcada pela rebeldia, tendo recebido muitas reprimendas pelo seu comportamento. Gostava, contudo, da história, literatura e de boxe. O próprio admitiu que não desistiu, pois queria mostrar que era feito da mesma massa que os seus antecessores. Graduou-se, em 1958, mas foi o quinto a contar do fim.

Passou dois anos e meio a treinar para ser piloto da marinha. Continuava a dar nas vistas, sendo conhecido por gostar de festas e ter tido diversas namorada, uma delas uma dançarina exótica.

Foi enviado para o Mar das Caraíbas, onde se encontrava aquando da crise dos mísseis cubanos. Regressou à base, e passou a ser instrutor, algo que o deixou irrequieto. Pediu para ser enviado para outro posto e calhou-lhe participar na campanha de ataques aéreos contra o Vietname do Norte. Estavam então os americanos em plena guerra do Vietname.

Em Outubro de 1967, enquanto voava como parte de um ataque a uma central térmica, na zona central de Hanói, o seu avião caça foi atacado por um míssil provocando o seu despenho. McCain ejectou-se do avião, mas ao cair, fracturou as pernas e um braço, tendo perdido os sentidos. Quando acordou, tinha uma multidão hostil à sua volta que o pontapearam e o despiram. Transportado para a prisão central de Hanói, John McCain tornou-se em mais um prisioneiro de guerra, tendo sido interrogado e torturado. E só lhe foi dada assistência médica, quando os norte-vietnamitas perceberam que ele era filho de um almirante. Foram dois outros prisioneiros americanos que acabaram por o salvar, tratando das suas feridas na cela. Mas, a tortura não parou, nem os ossos partidos, acabando ele por assinar uma confissão propagandística anti-americana. Os espancamentos, contudo, prosseguiram. Cinco anos e meio depois de ter sido feito prisioneiro, John McCain foi libertado. Os acordos de paz de Paz acabavam de ser assinados. Estava-se em 1973, acabava o envolvimento directo americano na guerra.

No seu regresso aos Estados Unidos tornou-se uma celebridade, aparecendo em revistas e fazendo discursos. Passou por meses de terapia física, voltando a sentar-se ao volante de um caça e liderando um esquadrão de ataque naval. McCain, que tinha casado antes de ir para o Vietname, separou-se então da mulher depois de inúmeros casos extra-matrimoniais, largamente noticiados.

Foi nomeado elo de ligação da Marinha com o Congresso, o que assinala a sua entrada no mundo da política. Em 1981, após novo casamento, com Cindy, reformou-se da Marinha com a patente de capitão. Recebera várias medalhas de coragem e serviço. Trabalhou como vice-presidente para as relações públicas da companhia do sogro, distribuidor da companhia cervejeira Anheuser-Busch, o que lhe permitiu conhecer gente influente no mundo dos negócios e da política.

Em 1982, concorria pela primeira vez à Câmara dos Representantes e ganhou, o que voltaria a acontecer em 1984. Em 1987 conquistou um lugar de senador pelo Estado do Arizona, sendo re-eleito a cada seis anos. Contudo, os seus olhos viram-se em 2000 para a Casa Branca, e apesar de ser bem conhecido, e considerado uma das 25 pessoas mais influentes da América, a Sala Oval não esteve até hoje no seu curriculum. Em Abril deste ano, John McCain iniciou mais uma tentativa, como candidato à nomeação republicana à presidência dos Estados Unidos.

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