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Zimbabue: Partes mais distantes do que nunca?


No Zimbabué, a ZANU-PF e o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) não conseguem chegar a acordo sobre a distribuição das pastas ministeriais num governo de unidade nacional. A oposição disse que a única opção é uma intervenção da SADC e da União Africana.

Já lá vão três semanas desde que foi selado um acordo de partilha do poder, entre a ZANU-PF, do presidente Mugabe, e o MDC, de Morgan Tsvangirai, continuam longe de um acordo sobre a distribuição dos principais postos ministeriais. O porta-voz do MDC, Nelson Chamisa, disse a Voz da América que depois de um encontro na terça-feira, as duas partes estão agora mais longe do que quando começaram as negociações.

“Se estivemos a centímetros, agora estamos a metros de distância, o fosso aumenta diariamente, a incompreensão parece ter-se tornado mais aguda. Não sei como vamos resolver isto, certamente teremos de pedir à SADC e a União Africana para resolver o actual impasse, porque não há nenhuma outra mediação que consiga resolver a situação.”

O órgão de informação estatal zimbabueiano tem afirmado repetidamente que as partes chegaram acordo sobre tudo menos dois Ministérios: Interior e Finanças. Mas Chamissa desmentiu isso afirmando não haver acordo em quaisquer dos 10 Ministérios chave.

“Dizer que estamos em desacordo só sobre dois Ministérios é falso e obviamente a ZANU-PF escolheu a propaganda, a desinformação para enganar o mundo para que as pessoas pensem que as coisas estão a andar, quando não há progresso nenhum.”

No que parece estar a transformar-se numa guerra de reivindicações e contra-reivindições, um dos negociadores da ZANU-PF, o ministro da Justiça, Patrick Chinamasa, acusou o MDC de pôr em perigo as conversações sobre a partilha do poder. Chinamasa disse à agência Reuters que o MDC está a prejudicar as conversações ao tentar negociar em público. A notícia diz que ele também rejeitou os apelos da oposição para uma mediação no processo paralisado, afirmando não haver necessidade disso.

Segundo os termos do acordo de partilha do poder assinado a 15 de Setembro, a ZANU-PF fica com 15 dos 31 ministérios acordados para o novo governo, o MDC, de Morgan Tsvangirai, fica com 13 e os restantes três vão para uma pequena facção do MDC, liderada por Arthur Mutambara.

Mas apesar das diferenças, o porta-voz do MDC, Nelson Chamisa, insiste que o seu partido está plenamente empenhado no acordo.

Tudo o que o seu partido quer, afirmou, é uma distribuição equitativa dos principais ministérios, que resultaria no que chama de uma parceria de iguais.

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