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Apesar do Cessar-fogo


Apesar do cessar-fogo proclamado, continua o conflito a devastar a região do Kivu do Norte, onde a Amnistia Internacional afirma que crianças e mulheres são muitas vezes vitimas de abusos das condições militares.

Andrew Philip, autor do relatório diz calcular que cerca de um milhão de pessoas estejam desalojadas naquela conturbada província congolesa:

”Noticias que nos chegam todos os dias dizem que os morticínios de civis continuam, continuando ainda o sequestro de mulheres e crianças para soldados. O conflito continua apesar do processo de paz em curso na Republica Democrática do Congo, processo esse que na realidade nunca foi implementado”.

Desde o fim da guerra em 2003, disse ainda Andrew Philip, grandes esforços estão em curso para a desmobilização de cerca 30 mil crianças soldados em poder de vários grupos armados, o que nunca foi fácil levar a efeito na região do Kivu Oriental:

”As crianças que durante um período de dois ou três anos foram reintegradas nas suas famílias, encontram-se, mais uma vez, na zona central da guerra, em poder de grupos armados que se aproveitam da experiência militar destas crianças para eventualmente as reconduzirem ao serviço militar”.

A Amnistia Internacional calcula que metade das crianças anteriormente nas fileiras militares, foi mais uma vez recrutadas na província onde se registam centenas de raptos de mulheres todos os meses.

O autor do relatório afirma que se for possível estabelecer um clima de paz credível na região oriental congolesa, a questão dos direitos humanos deverá ser prioritária, assim como os abusos contra as crianças e outros maus tratos físicos contra as mulheres:

”Sou de opinião que seja necessário também pôr mais em foco as operações de manutenção das Nações Unidas quanto ao sofrimento das crianças e mulheres a leste da Republica Democrática do Congo por forma a que se apure maior responsabilidade no que diz respeito à vulnerabilidade daqueles dois grupos aos ataques armados.”

A Amnistia Internacional sublinha que a segurança geral das crianças e mulheres, proclamada na zona pela Republica Democrática do Congo deve ser consideravelmente melhorada, se se pretende que a situação mude.

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