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Crise Financeira Americana


A crise financeira americana tem essencialmente na sua origem a concessão de milhões de dólares em empréstimos para compra de habitação a clientes que não reuniam as condições para pagarem as suas dívidas.

Devido a isso, as instituições financeiras viram avolumar-se nos últimos tempos o crédito mal parado. Esta semana os líderes mundiais, reunidos em Nova Iorque, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas, afirmaram quase unânimemente que esta crise na maior economia mundial ameaçava a economia global.

Logo que a crise se tornou evidente, as acções desceram imediatamente de valor nas principais praças financeiras mundiais. Na Rússia, por exemplo, as autoridades foram obrigadas a suspender as transacções na bolsa de valores depois das acções das empresas nacionais terem descido mais rápidamente do que em qualquer outro mercado mundial.

No entanto, apesar dos líderes russos terem afirmado que a crise nos Estados Unidos tinha provocado essa descida, o facto é que a economia russa já se debatia com problemas tal como referiu Dmitri Siderov do diário Kommersant, o principal jornal económico russo, falando à Voz da América: ”Havia vários indicadores. Um deles era o da situação da empresa Mechel, a principal produtora de carvão e aço na Rússia. Nesse caso, o governo russo tentou obter o controle da empresa. Outro dos factores que desencadeou a crise foi a invasão da Geórgia pelas forças russas.”

Sidervov acrescentou que uma das consequências da invasão da Geórgia foi a decisão dos investidores estrangeiros de retirarem 35 mil milhões de dólares do mercado russo: ” A Rússia gastou cerca de um décimo das suas reservas em divisas estrangeiras para tentar estabilizar a situação. Acho no entanto prematuro dizer que a situação se encontra estabilizada. Pode acalmar a crise de liquidez que se verifica no país ,mas tudo depende do modo como os bancos que foram ajudados vão agora aplicar esses fundos. Por outro lado os preços do petróleo estão agora mais baixos do que há um mês ou dois atrás.”

Siderov salientou ainda que os preços da energia são fundamentais para a Rússia visto que cerca de 50% do orçamento nacional é gerado pelas vendas de petróleo e gaz natural.

Por seu lado Jehangir Pocha do jornal Business World de Nova Deli afirma que o plano proposto pela administração americana para estabilizar os mercados, envolvendo uma verba de cerca de 700 mil milhões de dólares, foi bem recebido nos mercados asiáticos.

” Não é no entanto claro se os mercados vão ser capazes de sustentar os valores elevados sem um apoio artificial. Na Índia as pessoas têm vindo a habituar-se a sucessos atrás de sucessos e acham que estão imunes aos problemas do Mundo. Existe uma ausência de realismo no mercado indiano.”

Por seu lado, Robbie Dinwoodie do jornal escocês The Herald, afirmou que tanto ele como muitos dos seus colegas não estavam até há poucos meses familiarizados com os empréstimos de alto risco.

”De repente, abrimos os olhos para o facto de empréstimos de alto risco estarem a ser moeda corrente através do Mundo. Quando esses empréstimos começaram a ser transaccionados entre bancos internacionais a crise do crédito desencadeou-se.”

Dinwoodie afirmou ainda que muitos observadores através do mundo não esconderam o seu espanto quando souberam do plano de intervenção chegando a compará-lo à nacionalização bancária. Contudo, numa segunda análise muitos deles não questionam a necessidade de pôr o mesmo em prática de modo a impedir o alastramento da crise.

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