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Zimbabwe - Acordo de Partilha do Poder


O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o dirigente da oposição, Morgan Tsvangirai assinaram um acordo de partilha do poder destinado a por termo a crise política no país.

O acordo foi alcançado após semanas de difíceis negociações mediadas pela África do Sul.

O presidente sul africano, Thabo Mbeki anunciou ao fim do dia de quinta feira que o presidente do Zimbabwe e os dirigentes da oposição tinham acordado na partilha do poder no amoito de um governo de unidade.

‘Foi obtido um acordo sobre a totalidade de questões que estiveram na agenda das negociações. Na segunda feira será efectuada a assinatura formal.’

Mbeki sublinhou que os dirigentes tinham chegado ao acordo que foi descrito como o inicio de uma nova era para o Zimbabwe.

Embora os detalhes só sejam revelados na segunda feira, fontes bem informadas indicaram que o partido ZANU-PF irá manter 15 pastas ministeriais.

O Movimento para a Mudança Democrática, liderado por Morgan Tsvangirai recebe 13 ministérios, e a facção liderada por Arthur Mutambara vai ocupar três pastas.

Mugabe vai manter a função de Chefe de Estado enquanto Tsvangirai irá ocupar o cargo de primeiro ministro, com a oposição a preencher dois postos de adjuntos do primeiro ministro.

A reacção na capital do Zimbabwe, Harare, foi cautelosa, e um homem que se recusou a identificar manifestou duvida sobre a eventualidade de os dois rivais de longa data poderem vir a governar juntos.

‘Temos estado a espera do acordo e tenho muitas duvidas sobre os resultados práticos.’

Um dos cerca de três milhões de refugiados do Zimbabwe que fugiu para a África do Sul teve uma opinião mais positiva, acentuando ser necessário haver consenso entre as partes.

Archie Tapera residente em Joanesburgo, acolheu com agrado o acordo.

‘Penso que seja algo de positivo, um dos maiores acontecimentos na historia do Zimbabwe.’

O acordo põe fim a meses de incerteza após a oposição ter obtido a maioria nas eleições parlamentares de Março e Tsvangirai ter derrotado Mugabe na primeira volta do sufrágio presidencial.

Todavia, Mugabe venceu a segunda volta após Tsvangirai se ter retirado alegando com a campanha de violência patrocinada pelo estado durante a qual mais de uma centena de activistas perderam a vida.

Os responsáveis esperam que o governo de unidade venha a estabilizar a economia do Zimbabwe caracterizada por uma hiper inflação e uma taxa de desemprego de oitenta por cento.

Esperam igualmente que permita atrair biliões de dólares para a ajuda a reconstrução que foi prometida pela comunidade internacional.

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