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Gana vítima do aquecimento global


Os delegados a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Acra, esperam avançar mais um passo, esta semana, para um pacto global destinado a substituir o Acordo de Kioto. E, enquanto prosseguem os trabalhos da conferência, activistas do meio ambiente no Gana afirmam que o país já começa a ser afectado pelos efeitos do aquecimento global.

Cheias, secas e os persistentes incêndios das matas e florestas constituem alguns dos resultados das mudanças climáticas, registadas nos últimos anos no Gana.

Agustus Asamoah, pesquisador e administrador da Sociedade da Vida Selvagem, diz que "sendo o Gana um país dos trópicos, os efeitos das mudanças climáticas assumem um duplo aspecto. Podem criar estações de secas ou de chuvas prolongadas e imprevisíveis, podendo, por isso, haver anos em que as chuvas são excessivas, em certas zonas do país. Isto aconteceu ao norte do país o ano passado, onde caíram mais chuvas que produziram cheias do que têm havido nas ultimas décadas.

Asamoah afirma ainda que não foram feitos estudos pontuais sobre a redução da vida animal no Gana, e que as pesquisas que realizaram até agora mostram uma co-relação entre a flutuação dos níveis das aguas nas zonas costeiras e a redução das populações das aves migratórias.

Os ambientalistas ganeses afirmam recear que o país seja já presentemente vítima do aquecimento global. Regista-se já o rápido desaparecimento das suas florestas tropicais, anteriormente muito abundantes, tal como afirma George Ahadzie, Director da Organização da Terra Verde, em Acra: "o problema da desflorestação deve-se em grande parte ao facto do governo não estar a tomar as medidas necessárias para regular e assegurar a conservação das florestas. O governo não tem uma política definida de controlo das actividades das companhias madeireiras. Sem controlo governamental, as pessoas cortam madeiras todos os anos para alem do que lhes é permitido por lei."

As florestas no Ghana estão a ser cortadas à razão de cerca de dois por cento todos os anos, restando agora apenas um quarto da riqueza florestal nacional do passado.

Os países em vias de desenvolvimento, tal como o Gana, mantêm a maioria da riqueza florestal das zonas tropicais. As florestas desempenham um papel crucial no combate ao dióxido de carbono na atmosfera, ajudando a aliviar os efeitos de estufa a nível global, evitando ainda mais desflorestação que constituiu o objectivo principal dos responsáveis da política ambientalista a nível global.

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