Um analista político senegalês afirmou que o presidente Abdoulaye Wade irá provavelmente desempenhar um papel importante em levar o seu homólogo do Zimbabwe, Robert Mugabe, a aceitar um compromisso político. O líder da oposição zimbabweana, Morgan Tsvangirai, efectuou ontem uma breve visita a Dacar.
Abdoulaye Wade será uma figura chave na obtenção de um acordo nas negociações em curso para por cobro à crise política no Zimbabwe, previu aquele analista.
Falando depois de uma breve visita de Morgan Tsvangirai a Dacar na quinta-feira, o analista político senegalês Babacar Gueye disse que Tsvangirai está a tentar potenciar os laços estreitos de Wade com o presidente Mugabe.
Gueye disse que o presidente Wade pode usar a sua influência como um velho estadista em África para ajudar a levar Mugabe a aceitar um compromisso político.
O analista senegalês afirmou também que Wade tem a consciência de que a crise não e apenas sobre o Zimbabwe, mas que ela preocupa todos os africanos e chefes de estado africanos.
Tsvangirai tem pleno conhecimento dos laços estreitos de Wade com Mugabe, disse Gueye acrescentando que ao ir a Dacar, Tsvangirai espera ter convencido Wade a intervir em nome de outros líderes africanos.
Gueye afirmou que a intervenção de outros chefes de estado africanos, incluindo a mediação do presidente sul-africano Thabo Mbeki é muito mais eficaz do que sanções internacionais, para persuadir Mugabe.
Gueye sublinhou que a intervenção do presidente do Senegal significa um complemento e não uma substituição dos esforços de mediação de Thabo Mbeki.
Disse que Wade é um negociador imaginativo, tendo citado o registo da mediação do presidente senegalês na disputa entre o Sudão e o Chade. No mês passado, Wade foi creditado em ter convencido o presidente sudanês Omal al-Bashir a restabelecer relações diplomáticas com o vizinho Chade.
Em Junho, o presidente do Senegal esteve entre os primeiros líderes africanos a dizer que o ambiente no Zimbabwe antes da segunda volta das eleições presidenciais entre Mugabe e Tsvangirai não era propício para um acto eleitoral livre e honesto. Após a retirada de Tsvangirai e a vitoria de Mugabe sem oposição, o presidente Wade e outros líderes africanos ficaram relativamente mudos nas suas criticas a Mugabe em comparação com os países ocidentais.