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Relatório: UNAMID Não Fornece Protecção aos Civis de Darfur


Um relatório de um grupo de agências africanas de direitos humanos afirma que a força de manutenção de paz conjunta União Africana / Nações Unidas em Darfur não fornece protecção suficiente aos civis naquela região do Sudão.

O relatório do Consórcio Darfur, uma coligação de ONG’s, adverte que a força internacional de manutenção da paz em Darfur está “em perigo de se tornar na última promessa quebrada do mundo”. O relatório diz que apesar da força conhecida por UNAMID estar muito mal equipada e ser muito reduzida, deve fazer mais para proteger os civis em Darfur.

A missão da UNAMID foi formada a partir de uma pequena força militar da União Africana no passado dia 31 de Dezembro. Apenas cerca de um terço dos 27 mil soldados e polícias que eram supostos serem enviados para Darfur, se encontram naquela região sudanesa. O resultado, afirmou Dismas Nkunda, do Consórcio Darfur, é que as condições continuam perigosas como antes para a população de Darfur.

Nkunda disse que “a pessoas no terreno, os internamente deslocados e a população local dizem que estão a perder a fé em que a UNAMID os ia proteger, porque não conseguem efectuar o seu trabalho como devia ser”.

Nkunda informou à Voz da América que as mulheres continuam com receio de deixar os campos de deslocados, com medo de serem violadas, acrescentando que centenas de outras estão a ser deslocadas diariamente devido a luta.

Nkunda afirmou que embora a UNAMID não tenha capacidade para responder a ataques em larga escala, deve começar a responder energicamente aos pequenos ataques diários contra civis.

Nkunda responsabiliza a lenta instalação de forças e equipamento à indiferença dos países que tinham prometido uma ajuda rápida e efectiva. Nkunda responsabiliza também as Nações Unidas, que diz que deveria fornecer apoio político para uma instalação calendarizadas das forças. Contudo, reserva as mais severas críticas ao governo do Sudão.

Nkunda ainda disse que “mais importante que tudo, o governo sudanês tem bloqueado quaisquer tentativas para o envio de equipamento para Darfur através de atrasos alfandegários e isso está a emperrar o processo de haver uma força que podia levar a esperança à população de Darfur”.

O conflito de Darfur decorre desde 2003, causado por ataques de rebeldes contra instalações governamentais. O governo sudanês respondeu armando milícias que deslocaram à força centenas de milhar de pessoas.

As Nações Unidas calculam que tenham morrido mais de 300 mil pessoas em resultado do conflito e que mais de dois milhões estão deslocados, a maioria das quais vivendo em campos em Darfur.

Recentemente, o Tribunal Penal Internacional em Haia, Holanda, pediu que fosse emitido um mandato de captura contra o presidente do Sudão, Hassan Omar al-Bashir, por genocídio e crimes contra a humanidade.

O governo sudanês negou as acusações e rejeitou a jurisdição do Tribunal Penal Internacional.

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