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ZANU-PF e MDC Iniciam Conversações Sobre Futuro do Zimbabwe


Na capital da África do Sul, Pretória, principiaram as conversações entre a ZANU-PF e o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) sobre o futuro político do Zimbabwe. O memorando de entendimento assinado segunda-feira entre o presidente Robert Mugabe e o líder da oposição Morgan Tsvangirai estabeleceu uma ambiciosa agenda e pouco tempo para conseguir os seus objectivos.

A ZANU-PF e o MDC colocaram nas mãos dos negociadores uma lista significativa de acordos para serem alcançados dentro de duas semanas. Entre eles inclui-se estabelecer os objectivos e prioridades de um novo governo, uma nova constituição, um esqueleto para um novo governo e mecanismos de implementação.

Cada um dos pontos da agenda inclui sub-elementos tais como a estabilidade económica, a questão das terras, segurança individual, prevenção da violência e o primado da lei.

Tudo isso deve ficar combinado num acordo a ser assinado pelos lideres partidários zimbabweanos na presença do facilitador, o presidente sul-africano Thabo Mbeki, que tem o apoio da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da União Africana.

Muitos zimbabweanos, cansados da agitação política e do colapso da economia, saudaram as conversações e manifestaram esperança de que elas tragam mudanças positivas. Mas nem todos estão felizes. Muitos receiam que o presidente Mugabe esteja a utilizar as conversações como uma táctica para desviar as atenções das falhas do seu governo.

Outros, tal como o presidente da Assembleia Constituinte do Zimbabwe, Lovemore Madhuku, acreditam que o acordo levará a um arranjo de partilha do poder entre os dois partidos, mas sem datas limite ou empenhamentos para uma reforma política real.

“Se olhar para o conteúdo e ouvir os discursos, embora pretendam que a intenção é resolver os problemas do país, o sinal claro que lá está é que eles pretendem partilhar o poder, dividir os ministérios e por aí adiante. Isso está muito longe do que precisamos neste momento. O que se deseja é um processo completo de reformas que mude o sistema político”, disse Madhuku.

Espera-se que um governo de transição de unidade nacional faça parte do acordo final, mas os partidos parecem muito divididos sobre quem irá presidir o governo e o que é que significa transição.

Mugabe afirma que ele deve presidir um governo de partilha do poder e quer que o MDC reconheça a sua largamente desacreditada vitória na segunda volta das eleições presidenciais. Mugabe quer também um longo período de transição, talvez como cinco anos, para possibilitar que possa cumprir o seu mandato presidencial.

O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, por sua vez, acha que deve ser ele a presidir o governo devido à maioria que o seu partido obteve nas eleições parlamentares de 29 de Março, largamente aceitas como livres e honestas.

O MDC quer também um curto período de transição, o tempo suficiente para estabilizar o país e preparar novas eleições a serem efectuadas sob os princípios da União Africana e da SADC.


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