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Prisioneiros Zimbabweanos Forçados a Beber Veneno


Três zimbabweanos sob custódia policial num hospital em Harare, disseram que não apenas foram agredidos, como forçados a beber veneno quando foram atacados no princípio do mês. Os três indivíduos foram acusados de tentativa de assassínio, embora tenham sido vítimas de ataques selvagens e estão gravemente feridos.

A violência contra activistas da oposição e membros do Movimento para a Mudança Democrática continua. Muitas dessas pessoas internadas em hospitais em todo o país disseram ter fugido de bases militares dirigidas por membros do partido ZANU-PF no poder, tendo-os identificado pelos seus nomes.

Algumas dessas pessoas na cidade de Mutare tiveram de esperar semanas para receberem cuidados médicos. Quatro deles foram admitidos na segunda-feira a um hospital com feridas profundas. Disseram terem sido mantidas cativas desde 27 de Junho quando o presidente Mugabe concorreu sozinho à segunda volta das eleições presidenciais.

Em Harare, três pessoas receberam alguns cuidados médicos sob custódia policial num hospital. Hilton Chironga, sua mãe Neria e um amigo Hama Ngowani disseram terem sido gravemente agredidos no dia 2 de Julho na sua aldeia a cerca de 100 quilómetros a oeste de Harare.

O pai de Hilton, Gibbs Chironga, um conselheiro do Movimento para a Mudança Democrática, foi morto no dia 20 de Junho.

Disseram que depois das agressões foram forçados a beber um líquido branco e ambos ainda se queixam de fortes dores de estômago 13 dias depois.

Agricultores disseram que o líquido pode ser um comum e barato insecticida fabricado no Zimbabwe que pode causar graves danos internos se for bebido.

Os três foram acusados de tentativa de assassínio. Hilton Chironga, com dois ferimentos de bala, num braço e numa perna e com a cara distorcida por ferimentos, afirmou não ter ideia porque e que foram acusados de tentativa de assassínio.

Citou nove de cerca de 15 pessoas que, disse, terem-no assaltado e forçado a beber o veneno.

A sua irmã Susan esta detida na prisão da vila de Bindura, também acusada de tentativa de assassínio.

O advogado de direitos humanos Alec Muchadahama disse que 14 membros do MDC acusados de terem lançado fogo a um velho autocarro em Harare, viram as suas acusações retiradas.

O advogado informou que entre 500 a mil detidos do MDC em todo o país, acrescentando que nenhum deles cometeu quaisquer crimes de que são acusados. Um por um foram libertados sob fiança ou as acusações foram retiradas.

Advogados dizem não se lembrar de um único membro do MDC, entre dezenas de milhares de presos e acusados em oito anos, que tenha sido condenado de qualquer crime violento.

Muchadahama disse que as condições nas cadeias e celas policiais eram desumanas e uma grave ameaça a saúde dos detidos.

Não há instalações sanitárias na maioria das cadeias e celas policiais do Zimbabwe e muitos presos condenados morrem de fome nas cadeias.

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