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Sudão: EUA Pedem Comedimento


Os EUA pediram comedimento a todas as partes envolvidas no conflito de Darfur, na sequência da decisão do Tribunal penal Internacional de acusar formalmente de genocídio o presidente do Sudão, Omar al-Bashir. O Departamento de Estado americano afirma que, embora os EUA não façam parte do Tribunal penal Internacional, apoiam a responsabilização de que tem cometido crimes na região de Darfur.

A perspectiva de uma acção do Tribunal penal Internacional contra o presidente Omar al-Bashir desencadeou manifestações anti-ocidentais em Cartum, no domingo, e o Departamento de Estado lançou um apelo para a calma e a contenção e adiantou que foram tomadas as medidas de segurança apropriadas nas missões diplomáticas americanas no Sudão.

Os EUA têm uma embaixada no Sudão, sob a coordenação de um encarregado de negócios e um pequeno consulado em Juba, o centro administrativo da região semi-autónoma do Sul do Sudão.

Numa conversa com jornalistas, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, não especificou que tipo de medidas de segurança terão sido tomadas naquelas missões diplomáticas, mas notou que o governo sudanês, enquanto signatário das convenções de Genebra sobre diplomacia, tem a obrigação de proteger as missões estrangeiras no seu território.

McCormack disse que os EUA irão examinar de perto as acusações de genocídio, de crimes contra a humanidade e crimes de guerra de que é acusado o presidente sudanês, de acordo com o processo elaborado pelo acusador público, Luís Moreno-Ocampo.

Muito embora os EUA não façam parte do Tribunal Penal Internacional, o porta-voz americano disse que o Departamento de Estado, após detalhado estudo, reconheceu actos de genocídio em Darfur, em 2004.

Disse McCormack que os EUA “estão determinados no que toca à responsabilização” de quem cometeu crimes em Darfur e consideram positiva a renovada atenção que está a ser dada a esta questão: “Penso que o reconhecimento do desastre humanitário, e das atrocidades que têm ali ocorrido é algo positivo. A atenção do mundo deve estar em Darfur, tentando pôr em prática aquilo que o Conselho de Segurança da ONU aprovou até agora para solucionar o problema. Há mais trabalho político a desenvolver e que necessita de ser feito. Mas, em termos de corresponder às preocupações humanitárias imediatas existe um plano para a colocação no terreno de forças de paz da ONU, o que poderá ajudar a reduzir o nível de violência ali existente, bem como ajudar a ajuda humanitária.”

McCormack disse que os EUA responsabilizam tantos os rebeldes como as autoridades de Cartum pelos actos de violência.

O porta-voz do Departamento de Estado notou ainda que, em linha com a resolução do Conselho de Segurança de 2006, o presidente Bush ordenou a aplicação de sanções por parte dos EUA contra quatro das principais individualidades envolvidas no conflito: um antigo comandante regional sudanês, um chefe tribal das milícias Janjaweed (apoiadas pelo governo) e dois comandantes rebeldes.

O conflito de Darfur irrompeu em 2003, quando líderes locais se levantaram em armas contra o governo de Cartum, o qual respondeu apoiando as milícias árabes Janjaweed, que pôs em prática uma política de “terra queimada” contra os civis e os rebeldes da região de Darfur.

Pelo menos 200 mil pessoas morreram, até agora, em Darfur, devido ao conflito e cerca um milhão e meio ficaram desalojados.

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