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Zimbabwe: Congresso dos EUA Aprovou Duas Resoluções Críticas


Em duas resoluções aprovadas pela Câmara dos Representantes dos EUA criticam o presidente Robert Mugabe, do Zimbabwe, pela actual vaga de violência política a que se assiste naquele país da África Austral.

Uma das resoluções condena a violência post-eleitoral, no início deste ano, e apela para uma imediata resolução pacífica para a actual crise política e o fim da violência.

A outra resolução saúda os estivadores da África do Sul e o seu sindicato, bem como outras entidades noutro países, que tomaram iniciativas destinadas a travar o descarregamento de armas e munições que se destinava ao Zimbabwe.

O congressista democrata pelo Estado de Nova Jérsia, Donald Payne, que preside à Sub-Comisão para África, patrocinou a primeira resolução: “Enquanto muitos países africanos avançam no sentido de abraçar a democracia e o primado da lei, a ditadura, no Zimbabwe, transformou um país que já foi promissor, num Estado de anarquia e desespero.”

A resolução apresentada por Payne exorta à cessação dos ataques e dos abusos cometidos contra a população civil e condena a campanha de violência, de tortura e de ameaças contra a oposição lançada pelo partido no poder e pelos seus apoiantes e simpatizantes no âmbito das fileiras da polícia e do exército.

Aquela medida encoraja também o governo e a oposição a iniciar um diálogo destinado a estabelecer um governo de unidade nacional e uma eventual transição pacífica do poder através de eleições livres e justas, criando uma comissão da reconciliação e da verdade, de acordo com a que existiu na África do Sul.

A opinião do congressista republicano Chris Smith: “Com uma segunda volta das eleições marcada para o dia 27 de Junho, precisamos enviar uma mensagem, uma mensagem bipartidária forte de que nós, nos EUA e no Mundo, esperamos eleições pacíficas e justas. A vontade do povo deve ser ouvida”.

Numa resolução separada, a Câmara dos Representantes elogiou o Sindicato sul-africano dos Transportes e a União dos trabalhadores Aliados e os seus membros por se terem recusado a descarregar um navio chinês carregado de armas destinadas ao Zimbabwe e que havia chegado ao porto de Durban, em Março deste ano.

A resolução sublinha que aquelas armas poderia ter sido usadas contra a oposição política do Zimbabwe e contra outros civis e elogia o Congresso dos Sindicatos da África Austral que se solidarizou com um apelo para a aplicação de um boicote internacional ao descarregamento daquele navio.

O congressista republicano pelo Estado da Califórnia, Ed Royce, afirmou que as acções dos trabalhadores terá evitado um banho de sangue no Zimbabwe: “O navio da vergonha, como os sul-africanos lhe começaram a chamar, seguiu para Moçambique, onde foi igualmente rejeitado, tendo seguido para outros portos, onde acabou por desistir de descarregar, tendo acabado por regressar à China. Os africanos solidarizaram-se com os seus irmãos africanos, num acontecimento verdadeiramente inspirador”.

Entretanto, a Secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, e o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, condenaram as acções de violência contra os políticos zimbabweanos da oposição. Odinga apelou para o envio de uma força de paz internacional para o Zimbabwe.

Por seu lado, Rice disse ter chegado a altura para que todos os líderes africanos tomarem uma posição firme a favor da democracia no Zimbabwe. Disse Rice: “Estamos a tentar apoiar os esforços das organizações regionais para garantir eleições livres e justas. Mas, é muito difícil quando existe um ambiente de intimidação, como no Zimbabwe. E penso ter chegado a hora dos líderes de África dizerem ao presidente Mugabe de que o seu povo merece ter eleições livres e justas e que não pode intimidar a oposição e que não os pode meter na prisão e que não pode ameaçá-los com acusações de traição para que possa ser respeitado pela comunidade internacional”.

Rice anunciou que vai, hoje, co-presidir com o seu homólogo do Burkina Fasso, a uma mesa redonda que vai ter lugar no âmbito do Conselho de Segurança com o objectivo de chamar a atenção do mundo para a situação no Zimbabwe.

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