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Exército do Chade Repeliu Rebeldes


O Chefe do Estado Maior do Exército do Chade anunciou que os seus soldados repeliram os rebeldes, estancando a sua ultima ofensiva no leste do país, mas os rebeldes disseram que se tratou apenas de uma retirada estratégica.

O general Touka Ramadan Kore disse que os soldados chadianos obtiveram uma vitoria decisiva no assalto a Am- Zoer, expulsando os rebeldes, matando mais de 100 e fazendo dezenas de prisioneiros. O general acrescentou que vários soldados foram mortos.

Não há confirmação independente das afirmações do general chadiano.

Makaila Nguebla, porta-voz dos rebeldes chadianos sediado na capital do Senegal, Dacar, disse que os rebeldes se retiraram hoje de Am-Zoer, como parte de uma movimentação táctica.

O porta-voz precisou que os rebeldes estão a entrar em localidades no leste do Chade para obter suprimentos, saindo depois, num jogo do gato e do rato com o exercito para o dispersar e acrescentou que os rebeldes planeiam movimentar-se através de mais localidades nos próximos dias.

Nguebla admitiu haver divisões entre os rebeldes, mas disse que mesmo a oposição não armada esta dividida no Chade. Afirmou que toda a oposição partilha o objectivo comum de remover o há muito presidente Idriss Deby e introduzir o que chamou de democracia efectiva.

O presidente Deby e os seus oficiais generais chamam os rebeldes de "mercenários apoiados pelo Sudão". O Sudão acusa o Chade de apoiar rebeldes activos no conflito de Darfur. Jornalistas viram viaturas com inscrições de rebeldes darfurianos em Am-Zoer.

Bjoern Seibert, uma analista em segurança da Faculdade de Direito e Diplomacia de Fletcher, nos Estados Unidos, não acredita que os rebeldes, que tem bases no Sudão, consigam chegar a N'Djamena, como o fizeram no principio do ano quando quase derrubaram Deby.

Seibert afirmou que os seus objectivos são agora diferentes.

"Eles querem mostrar que conseguem operar ali, que conseguem derrotar, até certo ponto, as forças governamentais no leste do país. Tornaram também claro para Deby que a sua forca assenta na mobilidade e velocidade. Por isso as forças governamentais têm de sair dos seus quartéis e ir ao encontro dos rebeldes. Vai ser assim muito mais difícil combater os rebeldes em localidades, do que se os rebeldes atacassem os quartéis."

Seibert afirmou ser impressionante como os rebeldes foram capazes de recomeçar a sua campanha militar contra o presidente Deby, apesar da presença da força de manutenção de paz europeia conhecida pela sigla EUFOR.

"A outra mensagem que penso que os rebeldes chadianos querem transmitir e isso é mais o lado político do que a EUFOR esta a fazer, e que eles não atacam refugiados. Tornaram claro que a pequena confrontação havida com soldados irlandeses foi um erro ocasional. Por isso os rebeldes são muito cuidadosos em não antagonizar a EUFOR."

O presidente Deby acusou a EUFOR de cooperar com os rebeldes. Mas oficiais da forca europeia disseram que estão a respeitar o seu mandato, que e estritamente o de proteger centenas de milhar de refugiados e deslocados de conflitos tanto no Chade como no Sudão.

O exercito do Chade tem também recebido ajuda dos militares franceses que tem uma base permanente em N'Djamena como parte de um acordo pos-colonial. Soldados franceses constituem também a maioria do contingente da EUFOR.

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