Links de Acesso

Circuncisão Feminina na Gâmbia


As autoridades da Noruega estão a exigir, a devolução a Oslo, de três raparigas, nascidas naquele país europeu, submetidas à circuncisão feminina na Gâmbia. O pai das três crianças foi detido na Noruega, na sequência de investigações levadas a cabo por organizações dos direitos humanos locais. Mas em África, os activistas defendem que ao invés de se criminalizar o problema, deveria se procurar soluções ao nível da comunidade.

A porta voz da organização dos direitos humanos, sediada em Oslo e que esteve na origem da denuncia do caso, Hege Storhaug realça que a descoberta da circuncisão das crianças, enquadra-se numa investigação que visava por fim aquela prática.

Elas regressaram a Gâmbia em 2003. E nesse ano foram circuncidadas. E agora a grande batalha das autoridades norueguesas, é a de conseguir reaver essas crianças.

A mutilação genital feminina é uma prática legalizada na Gâmbia. Só que as três crianças são também portadoras de nacionalidade norueguesa e viviam com os familiares dos pais, numa área rural daquele país da África Ocidental.

O próprio presidente gambiano, Yayah Jammeh, apoiou a prática que considerou de uma importante manifestação da cultura local.

Storhaug garantiu à VOA que se as autoridades norueguesas conseguirem reaver a custodia das crianças, elas serão provávelmente colocadas sob os cuidados da agencia de protecção juvenil da Noruega.

O pai das três crianças foi detido na semana passada, naquele país nórdico. A mãe, por se encontrar grávida do sétimo filho do casal, foi poupada à detenção, pelas autoridades da Noruega.

Hege Storhaug, porta voz do grupo activista dos direitos humanos da Noruega que ajudou a despoletar o caso, disse ter conseguido contactar as três crianças na Gâmbia e pareceu-lhe na altura, que estavam descontentes e que sofriam.

Essas raparigas são seres humanos. Isso é o numero um. Não são gambianas, são norueguesas, são seres humanos e temos alguns padrões a observar, nesse aspecto aqui na Noruega.

Entretanto, Molly Melching, directora de uma organização não governamental, com sede em Dacar e que se tem, há décadas, vindo a se destacar num engajamento pela ilegalização da prática da mutilação genital feminina em toda a região da África Ocidental, concorda ser importante à devolução dessas crianças a Noruega, mas recorda que a pratica está de forma secular, enraizada na região.

Esta activista defende, por conseguinte uma maior aposta na mudança da mentalidade das pessoas, em vez da sua criminalização, já que cabe a segundo ela, comunidade no seu todo, o abandono da prática.

XS
SM
MD
LG