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Situação no Zimbabwe e Quénia Dominam Imprensa Americana


Na semana finda, a situação no Zimbabwe continuou a merecer a atenção dos grandes jornais americanos. Mas, o ataque de rebeldes de Darfur aos arredores de Cartum, a capital do Sudão, foi também alvo de atenção especial.

Vamos começar, precisamente, com esta questão. O jornal “Washington Times” publicou um editorial em que afirma que uma guerra entre o Tchad e o Sudão poderá eclodir a qualquer momento porque ambos os países ”estão convencidos de que o seu vizinhos está a usar grupos rebeldes como um método para lançar ofensivas”.

O “Times” faz notar o uso de crianças-soldado, quer por rebeldes de Darfur, quer pelo exército do Tchad, descrevendo a situação no Darfur como uma das maiores crises humanitárias do século 21.

Opinou o “Washington Times”: ”A União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas fizeram tentativas tépidas para pôr termo à violência na região, mas a vontade internacional tem sido mais fraca do que o empenho dos grupos assassinos locais. Quantas mais nações africanas e crianças terão que ser arrastadas para este conflito antes de medidas decisivas serem tomadas?”

Já o correspondente do “New York Times”, Jeffrey Gettleman, publicou uma análise sobre o ataque dos rebeldes de Darfur aos arredores de Cartum, começando por afirmar que a razão porque a capital sudanesa nunca foi atacada anteriormente se deve ao facto de ser uma cidade bem defendida. Escreveu Gettleman: ”Para além do facto dos rebeldes do Movimento para a Igualdade e Justiça terem tentado atacar a cidade, o mais surpreendente aspecto da operação é a distância que conseguiram cobrir. Depois de avançarem pelo deserto numa falange de camiões a caírem de velho, os rebeldes conseguiram chegar a poucas milhas de Cartum”.

Gettleman indica depois que os ataques dos rebeldes é algo que surpreendeu todos, poucos percebendo a razão para um ataque que, à partida, parecia estar condenado à derrota.

Alguns observadores citados pelo correspondente do “NY Times” afirmam que o objectivo poderá ter sido forçar o governo de Kartum a efectuar um acordo com este grupo rebeldes isolando as outras facções que operam em Darfur.

Gettleman faz notar que, em teoria, os antigos rebeldes do Sul do Sudão, o Movimento Popular para a Libertação do Sudão poderia ser um aliado dos grupos e Darfur. Mas, o movimento faz parte de uma coligação governamental e o ataque poderá ter sido contra producente. Escreveu Gettleman: ”Para além do facto de não ter ajudado os combatentes de Darfur, o ataque poderá ter servido para os prejudicar. Não só serviu para unir o Partido Nacional do Congresso, no poder, e o Movimento Popular de Libertação do Sudão, como também lhes poderá ter custado apoio entre a população”.Palavras de uma análise do correspondente do “NY Times” Jefferey Gettleman intitulado “Depois de um Ataque Quixotesco no Sudão, uma Questão Permanece: Porquê?

Para além do Zimbabwe e do Sudão, alguns jornais americanos decidiram, na semana passada, virar a sua atenção para o Quénia, agora que há um governo de unidade nacional e onde a paz parece ter regressado.

O “New York Times” publicou uma interessante reportagem sobre os treinos das equipas de atletismo do Quénia em zonas afectadas pela violência tribal. Stephanie McCrummen, do “Washington Post”, publicou, por outro lado, uma reportagem sobre o regresso de milhares de pessoas às zonas de onde foram expulsas devido à sua etnia.

A expulsão de milhares de pessoas de zonas agrícolas está a provocar uma crise nas zonas agrícolas do país e a forçar o governo a acelerar planos para fazer regressar as pessoas às suas terras. Escreveu McCrummen: ”Peritos agrícolas independentes do Quénia afirmam que as actuais reservas de milho se esgotarão dentro de semanas e que a próxima grande colheita, a começar em Outubro, vai produzir apenas metade do que é habitual. Isto vai deixar o Quénia dependente da importação de alimentos, numa altura em que o custo está a aumentar porque a procura ultrapassa grandemente a oferta”.

A correspondente do “Washington Post” observa que, devido a esta situação, o governo tem estado a apelar para os refugiados regressarem as suas terras, estando a fornecer escoltas militares, numa altura em que “a difícil tarefa de reconciliação ainda mal começou”. Daí que muitos dos agricultores tenham ainda receios em voltar.

A reportagem do Stephanie McCrummen é intitulada “De Regresso à Terra com Receio”. E, em subtítulo: “Com a crise alimentar à espreita, os Deslocados Quenianos Regressam com Escoltas Militares”.

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