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33 Milhões de Crianças Passam Fome ou Estão Desnutridas


Ministros da Agricultura e Comércio da África Ocidental realizaram na segunda-feira, 19, uma reunião de emergência em Abuja, capital da Nigéria. Estavam em debate estratégias regionais para enfrentar o aumento do custo dos alimentos.

Segundo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a alta no preço dos alimentos constitui uma ameaça ao desenvolvimento económico e à estabilidade nessa região do continente africano.

Especialistas na matéria alertam para as desastrosas consequências do aumento do preço dos alimentos nas frágeis economias dos quinze membros do bloco. Em toda a África Ocidental, uma das regiões mais pobres e voláteis do mundo, centenas de pessoas já foram às ruas protestar contra a subida em flecha dos alimentos básicos.

O Ministro das Finanças nigeriano, Shamsudeen Usman, apelou aos participantes do encontro para que adoptem medidas de emergência que permitam por termo ao caos e à anarquia.

Segundo Usman, a crise estimulou a efervescência social e isso mina a paz e a estabilidade - pré-requisitos do crescimento. Disse ainda o ministro nigeriano que a crise requer a busca de soluções regionais. «E enquanto se definem soluções de médio e longo prazo para a inadequada auto-suficiência em matéria de alimentos, há que providenciar comida para as populações da região», alertou.

Para atender às necessidades da região em termos alimentares, especialistas ligados à CEDEAO estimam que serão necessários mais de 11 mil milhões de dólares. Os mesmos especialistas lembram que, na África Ocidental, apenas a Nigéria e a Costa do Marfim produzem e exportam petróleo. O aumento persistente nos preços do petróleo pode igualmente ter graves consequências na maior parte os empobrecidos países da região.

O Presidente da CEDEAO, Mohammed Ibn Chambas, chamou a atenção para uma agravante dessa crise, o facto de alguns países da África Ocidental não apenas terem proibido as exportações de alimentos, mas a sua movimentação interna.

Chambas lembrou que, para enfrentar essa situação crítica, alguns estados membros tiveram de impor restrições temporárias às exportações de alimentos, o que acabou por afectar a estabilidade do mercado de produtos alimentares na região. Por isso mesmo, diz o mesmo responsável, «além das respostas nacionais, é preciso encontrar soluções regionais».

Segundo as Nações Unidas, 33 milhões de crianças na África Subsaariana, passam fome ou estão desnutridas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental admite que o Produto Interno Bruto da região possa atingir, agora em 2008, os duzentos e 30 mil milhões de dólares. Os níveis de crescimento, por seu turno, deverão rondar os 5 por cento.

Para diversos analistas, essas previsões fazem antever um alívio dos efeitos nefastos dessa crise, caso ela não se dissipe por outros meios.

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