Jacob Zuma, o líder do Congresso Nacional Africano (ANC) e que poderá vir a ser o próximo presidente da África do Sul, encontrou-se na quarta-feira com o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, tendo dito que discutiram o assunto do embargo de armas ao Zimbabue.
“Debatemos o assunto, penso que ainda não alcançámos a fase de embargar armas ao Zimbabue. Não sabemos o que é que o Zimbabue esteja a fazer no que diz respeito a encomendar mais armas. Penso que estaremos a ir longe de mais e na realidade isso poderá complicar a situação, que precisa ser lidada com muito cuidado.”
Mas Zuma disse que os estivadores de Durban que se recusaram a descarregar as armas do navio chinês para o Zimbabue tinham agido correctamente.
O navio foi forçado a desistir dos planos para descarregar as armas naquele porto sul-africano depois de activistas terem ganho um caso no tribunal que impedia o transporte terrestre de armas para o Zimbabue.
Zuma afirmou também que a recusa de Moçambique de autorizar que o navio chinês entrasse nos seus portos e o apelo do presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para que o navio não fosse autorizado a atracar em qualquer porto africano foi uma resposta apropriada. Noticias dão conta de que o navio deverá estar a regressar a China com a sua carga.
O líder do ANC reiterou também que a não divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 29 de Março é inaceitável, afirmando que a Comissão Eleitoral do Zimbabue está a sabotar o seu trabalho com o adiamento da divulgação dos resultados. Zuma disse ainda que não foi dada nenhuma boa razão para que os resultados não fossem ainda divulgados.
O político sul-africano falou também da violência pos-eleitoral contra oposicionistas pela policia, exercito, veteranos de guerra e apoiantes do partido ZANU-PF, do presidente Mugabe.
“Condenamos isso, não pode ser permitido, é absolutamente errado e quando regressar a África do Sul, o ANC certamente ira discutir a matéria e emitir um comunicado a esse propósito.”
Jacob Zuma que recentemente tem sido mais critico em relação ao Zimbabue, apoiou a diplomacia calma do presidente Thabo Mbeki. Afirmou que seria contra-producente tomar uma posição dura contra o Zimbabue e que a África do Sul iria continuar engajada com o governo zimbabueano e a oposição.