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Obasanjo Alvo de Investigação Parlamentar


Na Nigéria, a Câmara dos Representantes iniciou investigações a alegações de corrupção na indústria petrolífera do país. Uma comissão parlamentar vai interrogar destacadas entidades do governo, antes de se iniciar uma investigação pública mais alargada.

A comissão vai investigar as actividades da indústria petrolífera entre 1999 e 2007, prestando atenção especial às concessões de petróleo e às operações da companhia nacional de petróleo da Nigéria.

O antigo presidente Olusegun Obasanjo,que foi também ministro do Petróleo entre 1999 e 2007, foi, no ano passado, acusado formalmente na sequência de uma investigação parlamentar por ter actuado ilegalmente na administração de um fundo de desenvolvimento de petróleo, o fundo de petróleo para o desenvolvimento e treino.

Atiku Abubakar, que foi vice-presidente durante o governo de Obasanjo antes de se afastar do antigo presidente, disse que este deveria assumir responsabilidade por alegadas ilegalidades no sector petrolífero durante o período em análise.

Disse Abubakar:”Eu não sei nada sobre o sector petrolífero. O presidente foi ministro do Petróleo durante oito anos e tinha relações apenas com o director administrativo da companhia nacional de petróleo. Ninguém sabia o que se passava no sector de petróleo. Nenhum membro do gabinete lhe pode dizer alguma coisa sobre o sector do petróleo”.

Obasanjo, que presidiu ao mais longo período de governo civil sem interrupção na história da Nigéria, tem estado a ser alvo, nos últimos meses de escrutínio público, na sequência de alegações de corrupção durante o seu governo.

Um comité parlamentar está a investigar como é que 13 mil milhões de dólares foram gastos no sector de energia, durante o governo de Obasanjo,

não se tendo conseguido resolver a crise de electricidade no país. Uma comissão do Senado está a investigar a compra de terras pelo presidente e a sua família.

A comissão para crimes financeiros e económicos refere que cerca de 500 mil milhões de dólares, na maior parte do sector petrolífero, foram roubados entre 1960 e 2007 na Nigéria, que é o oitavo maior exportador de petróleo do mundo.

O presidente Umaru Yar Adua foi eleito, no ano passado, com base na sua campanha de tolerância zero para com a corrupção, mas tem sido criticado pelo pouco que tem feito nesse sentido.

Muitos críticos afirmam duvidar do empenho do presidente em confrontar personalidades políticas corruptas que jogaram um papel na sua subida ao poder.

A comissão para os crimes financeiros e económicos disse que já recuperou mais de quatro mil milhões de dólares em bens desviados por funcionários corruptos, nos últimos cinco anos, e que conseguiu condenar em tribunal 250 pessoas por corrupção.

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