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A Oposição Considera Ilegal o Governo de Mugabe


No Zimbabwe, um tribunal rejeitou uma petição da oposição para a publicação imediata dos resultados das eleições presidenciais do mês passado. O juiz disse que daria as suas razões para rejeitar a petição mais tarde.

A decisão do juiz Tenday Uchena foi dada mais de duas semanas apôs as eleições no Zimbabwe. Na semana passada, o Movimento para a Mudança Democrática, MDC, na oposição tinha apelado ao tribunal para forçar a comissão eleitoral nomeada pelo governo a dar a conhecer os resultados das eleições presidenciais.

O MDC respondeu à decisão do tribunal confirmando um apelo para uma greve geral para hoje, terça-feira. Falando aos meios de informação em Harare a vice-presidente Thokozani Khupe disse que o atraso tem como objectivo permitir a colocação de votos falsos nas caixas de votos para garantir um resultado favorável ao presidente Robert Mugabe. A vice-presidente do MDC pôs em causa a legitimidade do governo de Mugabe. Disse ela: ”O MDC considera o presidente Mugabe e o seu governo como ilegítimos, tendo em conta a dissolução do Parlamento a 28 de Março. Portanto, não aceitamos que haja um governo legítimo ou um presidente credível no país. Por isso o Conselho Nacional Executivo decidiu levar a cabo um boicote ao trabalho”.

O MDC afirma que o presidente Mugabe perdeu as eleições a favor do seu dirigente, Morgan Tsvangirai. O partido no poder, a ZANU- PF e alguns observadores independentes afirmam, contudo, que Tsvangirai não obteve o número de votos necessários para evitar uma segunda volta. Ao abrigo da lei zimbabweana se nenhum candidato obtiver mais de 50 por cento dos votos tem que haver uma segunda volta.

A comissão eleitoral anunciou também uma recontagem dos resultados parlamentares, algo que o MDC diz que vai tentar bloquear nos tribunais. O partido da oposição afirma que isso se destina apenas a negar a maioria que ganhou no parlamento.

Em Londres, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, reiterou o seu apelo para a publicação imediata dos resultados das eleições presidenciais. Disse ele: “Há uma exigência unânime, em público e em privado, da comunidade internacional para os resultados serem anunciados porque nós sabemos a razão do atraso na publicação dos resultados. Destina-se a dar tempo para que seja encontrada uma alternativa à vontade do povo”.

O Zimbabwe atravessa actualmente uma crise económica sem precedentes com a maior taxa de inflação no mundo, faltas crónicas de combustíveis, alimentos e energia e o colapso do seu sistema de saúde.

Os críticos de Mugabe acusam-no de ser o responsável pela destruição de uma economia que foi, em tempos, a segunda da região, a seguir à África do Sul.

Mas, o presidente atribuiu a crise no Zimbabwe às sanções económicas que ele diz terem sido impostas pelos países ocidentais liderados pela Grã Bretanha. Mugabe acusa o Movimento para a Mudança Democrática de ser usado pela Grã Bretanha na recolonização do Zimbabwe

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