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Lideres Africanos Não Estão a Fazer o Que Deviam


A situação no Zimbabwe continuou na semana passada a ser o principal tópico africano em relevo nos grandes jornais americanos.

A ênfase nas peças de opinião foi de que os lideres africanos não estão a fazer o que deviam. Vamos já de seguida abordar algumas dessas reportagens e opiniões no nosso África na imprensa americana.

No Wall Street Journal o colunista sul africano Justice Malala escreveu um comentário em que condenou o que chama de silencio ensurdecedor dos dirigentes africanos que, acrescentou, alimenta a percepção de que África é uma região destinada ao falhanço.

Onde estão os dirigentes africanos interrogou Malala e respondeu:

"O antigo presidente moçambicano Joaquim Chissano deslocou se a Harare para discutir o que chamou de uma solução. O presidente da África do sul Thabo Mbeki disse ao mundo que a situação é manejável. O resto dos dirigentes do continente permaneceram no silencio. Face aos sinais inegáveis de que o regime de Mugabe está a envenenar o processo eleitoral o seu silencio causa grandes danos á reputação do continente. Mais uma vez os dirigentes africanos decidiram agradar a um líder que faz deles todos uma caricatura”.

Palavras de um artigo de opinião de Justice Malala publicado pelo Wall Street Journal. Malala fez notar que a vontade do povo do Zimbabwe está a ser claramente ignorada.

Num editorial o Washington Post criticou asperamente a África do sul por não fazer uso da sua influencia na crise. Disse o Washington Post:

”O presidente da África do sul disse no sábado que era a altura de se esperar. Na verdade não é: Se se quiser parar a violenta campanha de Mugabe para permanecer no poder Mbeki, e outros dirigentes africanos têm que actuar rapidamente”.

Era a opinião do Washington Post num editorial titulado Mugabe resiste. Em sub titulo: O dirigente do Zimbabwe pode usar da força para permanecer no poder se os seus vinhos não o impedirem.

Já o Christian Science monitor publicou uma reportagem datada de JHB e Harare e assinada pelo seu correspondente Scott Baldauf e por um jornalista identificado apenas como contribuidor obviamente por receios quanto a sua segurança. No artigo os jornalistas afirmam que críticos da relutância dos lideres da SADC em confrontar Mugabe afirmam que isso apenas tem encorajado a continuação do status quo e os dirigentes da região fazem face a um teste se Mugabe ignorar os resultados.

Aparte o Zimbabwe alguns dos grandes jornais americanos publicaram também reportagens sobre outras questões africanas.

Lydia Polgreen publicou, por exemplo, uma extensa reportagem datada da fronteira entre o Tchad e o Sudão em que faz notar que o conflito no Darfur envolve agora também o Tchad. Escreveu Polgreen:

A crise na região do Darfur dura há cinco anos e envolve agora o Tchad. Cerca de duzentos mil refugiados fugiram para as zonas da fronteira perseguidos por milícias árabes e tropas governamentais, despoletando confrontos étnicos que ecoam os que se desenrolam no Darfur. A crise continua a levar o Tchad e o Sudão a um confronto aberto. Analistas políticos, diplomatas e mesmo os combatentes reconhecem que ambos os países tem estado a apoiar e a armar rebeliões armadas no território do outro”.

Palavras de uma reportagem de Lydia Polgreen do New York Times sobre o crescente conflito entre o Sudão e o Tchad.

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