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Corno de África: Senador Critica Política Americana


O senador democrata Russ Feingold fez ontem uma critica áspera à política americana no Corno de África. Durante uma audiência do comité de relações externas do senado, Feingold apelou à administração Bush para fazer mais para se pôr termo à deterioração das condições políticas, humanitárias e de segurança na região, especialmente na Somália.

O senador Feingold disse ter repetidamente apelado a favor de uma política global e a longo prazo para se construir um Corno de África estável e em segurança. Mas Feingold disse que isso permanece por ser feito.

O Departamento de Transparência Governamental publicou, recentemente, um relatório requerido por aquele senador, em 2006, “analisando a política dos Estados Unidos na Somália e concluiu que a estratégia da administração Bush tem sido insuficiente, incompleta e ineficaz”.

Feingold disse que há poucos sinais que a guerra sangrenta na Somália esteja a diminuir, apesar da recente nomeação de um novo primeiro-ministro que tem feito, segundo afirmou, declarações encorajadoras.

A Secretária de Estado Assistente para Assuntos Africanos, Jendayi Frazier, disse que a situação na Somália tem sido frustrante para os seus cidadãos, vizinhos e amigos há várias décadas, mas acrescentou que a política americana está a produzir resultados: ”Penso que a nossa estratégia está a funcionar. Não penso que se possa organizar em dois anos um país que está paralisado há 17 anos, ou mesmo há mais do que isso, porque esteve também antes disso debaixo de um regime autoritário”.

Frazier disse ainda que a administração Bush permanece profundamente preocupada com o facto de terroristas estrangeiros associados à Al Qaida terem recebido apoio na Somália.

Na semana passada, um míssil americano foi disparado na Somália contra um cidadão queniano suspeito de ter estado envolvido no ataque à bomba contra as embaixadas americanas em Nairobi e Dar es Salaam.

David Shin, professor na Universidade de George Washington disse durante uma audiência perante o Senado que ninguém tinha tomado muita atenção à situação na Somália até aos ataques terroristas de 11 de Setembro, quando o combate ao terrorismo se tornou numa das principais prioridades americanas.

Disse o Prof. Shin: “Todo o ênfase da política americana foi posto no contra terrorismo e particularmente em aspectos a curto prazo de combate ao terrorismo, de como capturar terroristas. Não foi dado qualquer ênfase na questão a longo prazo das causas do terrorismo na região”.

Shin disse ainda que os Estados Unidos merecem, no entanto, crédito por terem fornecido uma significativa ajuda de emergência aos somalis. Aquele catedrático apelou à administração Bush para usar a sua influência para encorajar a reconciliação nacional na Somália: “O primeiro passo que compete mais ao governo do que ao Congresso é trabalhar arduamente para convencer o governo de transição da Somália que coopera com os etíopes, que é vital que formem um governo de unidade nacional que leve para o governo algumas das forças que agora o opõem, mais precisamente as forças moderadas que agora se lhe opõem”.

Shin disse que, sem um governo alargado de unidade nacional, nenhuma quantidade forças de manutenção de paz conseguirá manter a paz na Somália

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