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Angola: Justiça Alemã Investiga Alegado Caso de Corrupção


Na Alemanha, a Procuradoria Federal da Justiça está a investigar um planeado negócio de equipamentos militares, envolvendo a companhia alemã “Thyssen Krupp Marine Systems” e Angola.

Revelado em primeira mão pela revista alemã “Focus”, o caso foi, entretanto, retomado nos últimos tempos por outras publicações estrangeiras, nomeadamente pela revista alemã “Der Spiegel” e pelo diário sul-africano “Mail Guardian”.

De acordo com estas publicações, a justiça alemã estará a investigar se aquela firma de construção naval, a Thyssen Krupp Marine Systems, teria violado uma lei em vigor naquele país europeu, que ilegaliza o recurso ao suborno em países terceiros para a consumação de contratos ou negócios.

As investigações datam do ano 2006 e remetem-nos a um alegado interesse da marinha angolana na aquisição de uma corveta e de três outras embarcações para a defesa costeira.

O caso tem ramificações na África do Sul, onde um negócio semelhante, envolvendo a aquisição de quatro corvetas, pela marinha sul africana, à firma alemã “Thyssen Krupp Marine Systems”, tinha sido liderado por um ex-almirante das forças navais daquele país africano, hoje ironicamente vice presidente para o sector de vendas daquela companhia europeia.Trata-se de Johnny Kamerman, na altura director do programa de aquisição das corvetas da marinha sul-africana.

Colocado na Alemanha para acompanhar de perto o processo de entrega das embarcações, Kamerman acabaria, de forma inesperada, por integrar o quadro de pessoal daquela firma europeia, facto que, alegadamente, despertou as suspeitas da justiça federal alemã, pelos contornos do negócio, envolvendo as próprias corvetas sul-africanas.

Fazendo fé nas revelações do jornal sul africano “Mail Guardian”, teria sido precisamente aquele ex-almirante sul -africano a apresentar, em Agosto de 2006, às autoridades angolanas, em Luanda, os termos do negócio, envolvendo a venda à marinha angolana de uma corveta e três outras embarcações para a guarda costeira.

Reza ainda o mesmo jornal que, em Novembro do mesmo ano, Johnny Kamerman recebeu, em Hamburgo, nos estaleiros Blohm and Voss, propriedade da Thyssen Krupp Marine Systems, uma delegação angolana e terá sido o promotor de um almoço com o embaixador de Angola na Alemanha, o general Alberto Kabulo Ribeiro, considerado próximo do chefe da casa militar da presidência angolana, o general Manuel Helder Dias Kopelipa.

Uma fonte próxima da indústria naval alemã, citada pela imprensa sul africana, revela que a residência daquele ex- almirante teria já sido passada a pente fino pelas autoridades alemãs e que o seu computador portátil foi confiscado, do qual teriam sido conseguidas informações importantes sobre os pormenores do negócio.

Ainda segundo a imprensa alemã e sul africana, a investigação da procuradoria federal teria já, aparentemente, identificado três suspeitos no negocio com os angolanos, negócio que, ao que tudo indica, nunca chegou a ser consumado.

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