Um antigo coronel do exército e líder rebelde foi preso e transferido para o Tribunal Penal Internacional de Haia, onde irá enfrentar acusações de crimes de guerra. O ex-líder rebelde vai ser também acusado de ter cometido crimes contra a Humanidade.
Mathieu Ngudjolo, de 37 anos de idade, um antigo líder rebelde, chegou a Haia, na quinta-feira à tarde, depois de ter sido detido pelas autoridades congolesas, no dia anterior, em Kinshasa.
Bruno Catala, escrivão do Tribunal Penal Internacional, afirma que Ngudjolo é acusado de graves crimes cometidos na República Democrática do Congo: “Ele, alegadamente, cometeu crimes entre os quais se incluem crimes contra a Humanidade e crimes de guerra previstos nos artigos sétimo e oitavo do estatuto. Os alegados crimes foram cometidos em território da República Democrática do Congo, desde Julho de 2002”.
De acordo com o mandado de captura, aqueles crimes incluem três acusações de crimes contra a Humanidade - especificamente assassínio, actos inumanos e escravatura sexual, para além de seis acusações de crimes de guerra, incluindo a utilização de crianças como soldados e de ter intencionalmente dirigido ataques contra populações civis.
O acusador público do Tribunal Penal Internacional afirma que estes crimes estão relacionados com o ataque desencadeado, em Fevereiro de 2003, contra a aldeia de Bogoro, no território Ituri, e que resultou na morte de mais de 200 pessoas, na sua maioria da etnia hema. Outras pessoas ficaram gravemente mutiladas e mulheres e raparigas acabaram por ser sexualmente escravizadas.Ngudjolo deverá comparecer para sua primeira audiência em tribunal, na próxima segunda-feira. Será o terceiro réu a ser colocado sob custódia do Tribunal Penal Internacional.
Em Outubro, as autoridades congolesas detiveram e entregaram Germain Katanga, um alegado comandante da Força de Resistência Patriótica de Ituri, um aliado de Ngudjolo. Em Março, Thomas Lubanga Dyilo, o alegado fundador e líder da União dos Patriotas Congoleses foi também ele transferido para Haia.