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África na Imprensa Americana


A situação no Quénia e em Darfur mereceram na semana passada editoriais de três jornais americanos. Nós vamos abordar agora esses comentários na nossa ‘África na imprensa americana’.

É o programa semanal da Voz da América em que passamos em revista os principais jornais americanos para vermos como é que a situação em África esta a ser reportada e ou comentada aqui nos Estados Unidos.

Vamos começar com o Quénia. Num editorial titulado ”Meios de se por termo ás mortes no Quénia”.

O Christian Science Monitor começou por fazer notar que o governo queniano tem estado relutante em enviar o exercito para controlar a violência porque citamos muitos dos seus membros favorecem a oposição liderada por Raila Odinga da tribo Luo.

Para o CS Monitor a comunidade internacional deve aplicar o máximo de pressão possível sobre o que chama de elite política do Quénia, pressões essas que devem incluir a ameaça de julgamentos por um tribunal internacional e sanções.

O jornal fez notar a este propósito que em 2005 os membros da ONU assinaram uma declaração aceitando a responsabilidade de intervirem se as autoridades nacionais não conseguirem proteger as suas populações de genocídio, crimes de guerra, limpeza étnica e crimes contra a humanidade.

Para o CS Monitor não é claro se o Quénia já está nesse ponto mas a comunidade internacional deveria começar a fazer planos já, acrescentou o jornal

”O desastre eleitoral não pode ser ignorado. Uma recontagem não é tecnicamente possível. Isso significa um acordo de divisão de poder até se poderem realizar novas e imparciais eleições. Para, além disso, o Quénia tem que resolver o desequilíbrio político e económico que há muitas décadas tem favorecido os Kikuyu. Isto por seu turno não pode acontecer sem a revisão da constituição que permite uma presidência com impunidade. Tem também que haver um processo aberto para se resolver disputas sobre a terra, que estão no centro da instabilidade na zona do Rift Valley”.

Palavras de um editorial do CS Monitor advogando soluções para o Quénia.

Já o New York Times acusou tanto o presidente Mwai Kibaki como o líder da oposição Raila Odinga de incitarem a violência e mortes no país, sugerindo depois que o presidente se demita. Depois disso, disse o NY Times Odinga e o presidente devem rapidamente acordar no que chama de um compromisso razoável, uma nova eleição ou um acordo de divisão do poder.

Disse o NY Times:

‘Em conjunto os dois dirigentes têm que urgentemente tentar resolver questões de reformas constitucionais e da propriedade da terra que estão no centro de profundos sentimentos de injustiça entre os grupos étnicos do Quénia.’

Para o NY Times a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, que fornecem mais de 600 milhões de dólares de ajuda anual ao país, devem exercer, citamos - muito mais pressão sobre Kibaki e Odinga. Se isso não os persuadir a seguir a via da re conciliação então, diz o jornal sanções e a suspensão de ajuda não humanitária deve ser sériamente considerada.

A opinião do NY times era titulada ‘um novo capitulo em limpeza étnica’.

Já o Washington Post escolheu voltar a comentar a situação em Darfur acusando o governo do Sudão de obstruir a chegada de forças internacionais de paz para a região através de obstáculos diplomáticos e intimidação administrativa

O jornal disse que a situação torna se mais complicada devido à divisão dos grupos rebeldes o que torna mais difícil levar todos os grupos a mesa de negociações.

Para o Washington Post a comunidade internacional tem também responsabilidade pelo facto de ninguém se oferecer para fornecer os pelo menos 24 helicópteros necessários para patrulhar a vasta região e para usar da força se necessário.

Disse o Washington Post:

‘A operação de manutenção de paz em Darfur é apenas parte da solução de um problema que provavelmente exige um julgamento por crimes de guerra do presidente Bashir. A operação poderá mesmo falhar com o numero suficiente de tropas e helicópteros. Mas o que é certo é que essa missão vai falhar se não os tiver ‘.

Palavras de um Editorial do Washington Post titulado Ajuda precisa-se em Darfur. É tudo neste África na imprensa americana

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