A organização de protecção dos Direitos Humanos, Freedom House, afirma que as liberdades políticas estão em declínio em grande parte do mundo, incluindo na Rússia, Egipto, Irão, Quénia, Paquistão e Venezuela. Ainda de acordo com as conclusões do relatório daquela organização, sediada em Nova Iorque, assiste-se a uma perturbadora deterioração da liberdade a nível mundial, com menos de metade da população da Terra vivendo em países que se podem chamar livres.
A Freedom House foi fundada há 30 anos, aferindo,anualmente, os níveis de liberdade política e das liberdades cívicas em 193 países do mundo. O director do sector de investigação daquele grupo, Arch Puddington, afirma ter visto profundos revezes para a liberdade nos últimos dois anos: “Se olharmos para o que se passou nos últimos dois anos, vemos que foi a primeira vez nos últimos 15 anos que as liberdades perderam terreno num período de dois anos consecutivos.”
A Freedom House afirma que o declínio da liberdade foi mais pronunciado no Sul da Ásia, mas também atingiu níveis significativos na antiga União Soviética, no Médio Oriente, no Norte de África e na África Sub-Sahariana. O relatório afirma ainda que muitos dos países onde se registou um declínio acentuado das liberdades são de importância significativa em termos geo-políticos. Alguns deles, como é o caso das Filipinas, foram em tempos considerados uma inspiração para os movimentos de libertação.
Arch Puddington cita ainda outra tendência alarmante: “Constatamos também o que designamos por um empurrão contra a democracia. E isto é algo que se vê em países ricos em termos energéticos, países enormemente ricos em energia, como a Rússia, o Cazaquistão, o Azerbaijão, a Venezuela e também a China, onde existem regimes que estão preocupados com os movimentos populares em prol da democracia.”
A Freedom House classificou 90 países como livres, 60 parcialmente livres e 434 não livres.