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Pneumonia o Maior Assassino de Crianças


Um novo estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que crianças com pneumonias graves podem ser efectivamente tratadas não necessitando de ser hospitalizadas. A OMS classifica esta conclusão como de grande significado para os países subdesenvolvidos, dizendo que a mudança de tratamento irá salvar a vida de muitas crianças e aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde.

A pneumonia é o maior assassino de crianças até aos cinco anos em todo o mundo. A OMS diz que quase quatro crianças morrem de pneumonia a cada minuto, a maioria delas nos países subdesenvolvidos.

As actuais orientações da OMS recomendam que casos graves e muito graves de pneumonia sejam tratados nos hospitais com antibióticos injectáveis. Mas, estudos recentes mostram que casos severos de pneumonia podem ser tratados tão bem em caso com antibióticos orais.

Shamim Qazi, médico do Departamento da OMS para a saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes, diz que as crianças nos países subdesenvolvidos irão beneficiar enormemente desta forma mais simples de tratar a pneumonia.

“O primeiro beneficio é que quando tratamos uma criança num hospital, expomos também essa criança a infecções hospitalares. O segundo benefício é que a criança necessita quatro vezes mais de injecções. Em terceiro lugar, são necessários enfermeiros e médicos a ocuparem-se da criança. Nos países subdesenvolvidos, com um numero limitado de camas hospitalares, enfermeiros e médicos, isso sobrecarrega o sistema de saúde. Em muitos lugares, não tem camas suficientes para admitir todas as crianças. Por isso, algumas vezes vemos três crianças numa só cama.”

O estudo foi efectuado no Paquistão por investigadores da Escola de Saúde Publica da Universidade de Boston e suportado pela OMS e a Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Envolveu mais de duas mil crianças com casos graves de pneumonia que foram escolhidas ao acaso para receberem antibióticos injectáveis em hospitais ou antibióticos orais em casa.

O doutor Qazi disse que o estudo confirma as conclusões de três outros em locais na África, Ásia, Europa e América Latina, afirmando que o impacto potencial desses resultados e enorme.

“Se pudermos tratar uma grande maioria de casos graves de pneumonia em casa com apenas antibióticos orais, que é simples dar duas vezes ao dia, fica muito mais barato, pois corresponde a um ou dois dólares de medicamentos por criança”.

O doutor Qazi afirmou que o tratamento em casa é também benéfico por outras razões. Famílias nos países mais pobres podem viver muito longe de um hospital. Em muitos casos os pais não têm possibilidades de deixarem as suas casas para acompanhar um filho internado num hospital.

Também, disse, as crianças com pneumonia são vulneráveis a infecções porque tem o sistema imunitário enfraquecido e ficarão sob alto risco em hospitais superlotados.

Contudo, afirmou aquele medico da OMS, um pequeno numero de casos muito graves de pneumonia irão continuar a requerer tratamento com antibióticos injectáveis num hospital.

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