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As Eleições Legislativas no Paquistão


As eleições legislativas no Paquistão, previstas para 8 de Janeiro, foram adiadas para o dia 18 de Fevereiro. O adiamento decretado pela Comissão Nacional de Eleições deve-se a destruição das sedes e de material eleitoral na violência que se seguiu ao assassínio de Benazir Bhutto.

O presidente da Comissão Nacional de Eleições do Paquistão, Qazi Mohammed Farooq, anunciou que as eleições marcadas para 8 de Janeiro foram adiadas para o próximo mês.

“As eleições vão realizar-se no dia 18 de Fevereiro de 2008 em vez de 8 de Janeiro de 2008.”

Funcionários eleitorais disseram que houve necessidade de se adiar a votação porque a violência causada pelo assassínio na semana passada da líder da oposição Benazir Bhutto destruiu uma serie de sedes da comissão e registos eleitorais na província de Sindh.

A oposição diz que o governo do presidente Pervez Musharraf quer as eleições adiadas para fortalecer a sua posição e prometeu organizara manifestações de rua para protestar contra o adiamento.

O analista político Talat Masood afirmou que o governo estava preocupado em que a maioria dos votos fosse para o Partido Popular do Paquistão, o PPP, da senhora Bhutto, se as eleições se realizassem na data original, 8 de Janeiro.

“Provavelmente não querem permitir que o PPP colha a simpatia dos votantes e a ao mesmo tempo penso que ha presentemente um extreme ressentimento contra o governo. E o presidente Musharraf estaria numa posição muito difícil depois das eleições, porque o que ele queria era um resultado eleitoral muito favorável, o que não seria possível se as eleições se realizassem agora.”

Benazir Bhutto foi assassinada na passada quinta-feira quando fazia campanha eleitoral. Os seus apoiantes responsabilizam o governo por ter fornecido a Bhutto medidas adequadas de segurança e ela na véspera da sua morte havia acusado elementos do governo de conspirarem para a matar, uma acusação que o governo nega.

Um destacado acessor da senhora Bhutto, o senador Latif Khosa, informou que no dia em que foi assassinada, Benazir Bhutto tinha planeado entregar a dois congressistas americanos de visita ao Paquistão um volumoso dossier com numerosas provas do envolvimento do governo em falsificar as eleições, envolvendo registos eleitorais, assim como intimidações contra apoiantes do PPP.

“Tudo foi registado no dossier, com todas as provas que obtivemos, e com relatórios independentes de monitores estrangeiros que estavam também a operar. Os seus relatórios apoiam também as nossas alegações para serem substanciais e verdadeiras. Tudo isto esta registado, mas infelizmente ela não pode apresentar o relatório porque foi assassinada antes que pudesse”.

O governo paquistanês nega as alegações de fraude eleitoral. O governo paquistanês disse também que estava aberto a ajuda externa para investigar o assassínio da senhora Bhutto.

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