Links de Acesso

Somália: Situação Humanitária Preocupa os EUA


Os EUA expressaram profunda preocupação, na quarta-feira, relativamente à situação humanitária na Somália, onde cerca de um milhão de pessoas foram deslocadas pela guerra civil, sobretudo nos arredores da capital, Mogadixo.

O relativo optimismo acerca da situação na Somália, que prevalecia em Washington no início deste ano, foi substituído uma profunda preocupação de que a guerra civil esteja, mais uma vez, fora de controlo.

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados disse, esta semana, que o êxodo dos somalis desalojados pelos combates em Mogadixo tem aumentado rapidamente e que mais de um milhão de pessoas estão sem casa numa crise que, em certa medida, é mais grave do que a situação na região sudanesa de Darfur.

Num comunicado tornado público ontem, o Departamento de Estado exortou todas as partes a garantirem a entrega de ajuda humanitária às populações afectadas, afirmando que os EUA irão cooperar com parceiros internacionais e com doadores para responderem às necessidades do povo somali.

Ao mesmo tempo, apelaram para um cessar-fogo efectivo para reduzir o nível de violência e exortaram todas as partes envolvidas no conflito somali para renovarem o diálogo e para se empenharem num processo político não violento.

Numa entrevista dada à VOA, a Secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, disse responsabilizar os extremistas políticos, bem como as forças do governo de transição do país e as tropas etíopes que intervieram a pedido das autoridades no fim do ano passado.

Frazer disse ainda que os EUA irão continuar a trabalhar para o envio da totalidade das formas de manutenção da paz da União Africana para a Somália, força essa que foi autorizada pelas Nações Unidas, há quase um ano atrás, mas cuja totalidade dos seus efectivos não está ainda preenchida.

No entanto, Jendayi Frazer disse que a paz não voltará à Somália - que tem estado sem um governo central efectivo desde 1991 - até que os moderados de todas as facções se unam e apoiem a paz: “Cabe aos próprios somalis unirem-se. Isso foi o que disse o representante especial do secretário-geral da ONU, Ould Abdallah. Ele questionou-se sobre onde estarão os patriotas somalis. Sobre onde estarão as vozes moderadas da Somália, para isolar os extremistas e ter uma oposição com legitimidade. Juntem-se ao governo federal de transição ou constituam uma oposição. Mas, façam-no através de um processo político. Essa é a chave”.

Frazer disse ainda que, para as crescentemente impopulares tropas etíopes retirarem, é necessária a presença do contigente total de oito mil homens da força de paz da União Africana.

Neste momento, encontram-se no terreno apenas mil e 600 soldados ugandeses. Mas, a Secretária de Estado Assistente americana adiantou que os EUA estão, para o efeito, a treinar tropas do Burundi, estando também a pressionar outros países – incluindo a Nigéria e o Ghana – para integrarem a força de manutenção da paz. Os EUA continuam na disposição em fornecer apoio logístico àquelas tropas.

Durante a sua entrevista à VOA, Frazer acusou a vizinha Eritreia de estar a apoiar os extremistas somalis, fornecendo abrigo aos radicais que fugiram depois da intervenção das tropas da Etiópia. Frazer adiantou que a administração Bush continua a considerar colocar a Eritreia na lista de países que patrocinam o terrorismo.

XS
SM
MD
LG