Um novo relatório do Banco Mundial refere que a agricultura é um elemento essencial para reduzir a pobreza e estimular o crescimento económico. O Relatório de 2008 sobre o Desenvolvimento do Mundo nota que três quartos de todas as pessoas pobres vivem em zonas rurais e baseiam-se na agricultura e actividades com ela relacionadas para subsistir. O Banco Mundial apela para que seja feito um maior investimento no sector agrícola.
O Banco Mundial indica que três em cada quatro pessoas nos países em desenvolvimento vivem em zonas rurais e que a maior parte destes dependem, directa ou indirectamente, da agricultura para viver.
O Relatório sobre o Desenvolvimento do Mundo argumenta que tem que haver um renovado ênfase na agricultura e um aumento no investimento no sector rural para que possam ser cumpridos os objectivos de desenvolvimento do milénio de reduzir a pobreza e a fome em metade até ao ano 2015.
Derek Byerlee, co-autor do relatório, afirma que cerca de um terço do produto nacional bruto da África Sub-Sahariana tem origem na agricultura:
“E, este é um sector também muito importante em termos de providenciar comida a preços aceitáveis, afectando os salários e a competitividade da economia. Trata-se de um sector que, na sua fase inicial de desenvolvimento. Muitas vezes tem, comparativamente, vantagens no panorama do comércio internacional. E tem sido um sector que tem mostrado provas de ter fortes ligações a outros sectores. Por isso, se se puder gerar crescimento na área da agricultura terá grandes repercussões no crescimento de outros sectores”.
O relatório nota que cerca de 86 por cento da população rural depende da agricultura para subsistir. Diz que a actividade agrícola fornece emprego a cerca de 1,3 mil milhões de pequenos agricultores.
O relatório conclui que o crescimento agrícola na África Sub-Sahariana acelerou de 2,3 por cento, nos anos 80, para 3,5 por cento nos primeiros cinco anos desta década. Países como Moçambique, o Gana, Malawi e o Quénia estão todos a experimentar um crescimento acelerado no sector agrícola.
Byerlee afirma que há novas oportunidades de mercado para os países que tenham capacidade para atrair investimento:
“O aumento da procura gerado pela procura do bio-combustível. Neste momento, a procura é em termos de cereais dos EUA, de cana de açúcar do Brasil. Mas, o mercado existe e representa novas oportuniaddes para o sector da agricultura, mas também implica riscos em termos das suas implicações nos preços dos combustíveis e do seu impacto no meio ambiente”.
O relatório do Banco Mundial afirma que a rápida expansão dos mercados internos e globais, a revolução na bio-tecnologia e na informaçaão tecnológica oferece oportunidades aliciantes para utilizar a agricultura para promover o desenvolvimento.
Mas, adverte que a terra arável e os recursos hídricos se estão a tornar-se cada vez mais escassos. E diz que o futuro da agricultura está intrinsecamente ligado a uma melhor gestão dos recursos naturais. Nota, a propósito, que, para os agricultores africanos serem bem sucedidos, as barreiras comerciais existentes têm que se abolidas.