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Medicamentos Falsificados Matam Milhares de Pessoas


A Organização Mundial de Saúde informou que 30 por cento dos medicamentos vendidos em África são falsos, acrescentando que tais medicamentos são facilmente encontrados nas ruas e mesmo em algumas farmácias.

Funcionários de saúde disseram que os medicamentos falsificados matam milhares de pessoas e tornam mais difícil tratar infecções.

Num mercado na capital do Senegal, Dacar, as mesas estão cheias de caixas de medicamentos. O mercado é na verdade uma farmácia não-oficial. O vendedor diz que sabe que é ilegal vender medicamentos no mercado, mas que não está preocupado em ser apanhado.

Ele disse que fornece um serviço valioso porque muitas pessoas não têm possibilidades financeiras de ir a um médico para obter uma receita ou comprar nas farmácias. Acrescentou que a Policia não o incomoda porque líderes religiosos protegem as suas vendas de medicamentos.

Mas Antonio Mazzitelli, chefe do Gabinete das Nações Unidas para as Drogas e Crime na África Ocidental, afirmou que essas vendas podem ser mortais. Milhares de pessoas morreram através da África Ocidental devido a vacinas falsas e outros medicamentos falsos.

O funcionário da ONU disse que redes de contrabando de produtos falsos tomam vantagem dos pobres ou não existentes sistemas de regulação de medicamentos em África para colocarem medicamentos fraudulentos.

“Existe um vasto mercado e crescente produção local em certos países que estão a tomar cada vez mais espaço na economia da África Ocidental. Os produtos farmacêuticos falsificados estão estruturados como organizações criminosas. Isto é que realmente ameaça o futuro da África Ocidental”.

Papa Diop é o director do Ministério da Saúde do Senegal que fiscaliza a importação de medicamentos com receita medica, assim como medicamentos produzidos localmente e vendidos nas 800 farmácias do Senegal. Disse que os doentes não se apercebem que os medicamentos vendidos nas ruas não são regulados e podem conter substancias toxicas mortíferas. Diop compara a Tetracyclina, um antibiótico vendido num mercado de rua com um medicamento vendido com o mesmo nome numa farmácia. Os dois custam cerca do mesmo.

Diop disse que a cor diferente e o desenho do medicamento de rua prova que é uma copia. Disse que pode estar cheia de areia e ser completamente ineficaz ou, pior ainda, cheia de um ingrediente mortífero.

Funcionários de saúde afirmaram que os medicamentos falsificados podem matar algumas bactérias. Mas outras podem sobreviver. O paciente pode eventualmente ficar doente e infectar outros com novas bactérias resistentes aos antibióticos. Por exemplo, Diop aponta que a malária ganhou resistência a alguns tratamentos, em parte porque tem sido tratado com medicamentos errados.

Governos oeste africanos estão a lutar contra isto. No principio da semana, funcionários mauritanianos apreenderam e queimaram 36 mil frascos de medicamentos falsificados, a maioria proveniente da China, Síria, Nigéria e Hong Kong.

Na Nigéria, que tem 80 por cento dos medicamentos falsificados, segundo a Interpol, senhorios podem ser presos por armazenarem medicamentos falsificados.

Outros países oeste africanos têm lançado periodicamente avisos sobre os perigos dos medicamentos vendidos na rua. Mas as vendas de medicamentos ilegais ainda continuam altas.

As grandes companhias farmacêuticas tem sido acusadas de ignorarem o conhecimento de falsificação dos seus medicamentos porque receiam perder mercados devido a uma má reputação.

Embora algumas empresas partilhem tais informações, nenhum país requer legalmente notificação. O Centro de Medicamentos de Interesse Publico, nos Estados Unidos, estima que a venda de medicamentos falsificados em África irá atingir os 75 mil milhões de dólares em 2010, um aumento de mais de 90 por cento desde 2005.

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