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Sudão: Congresso Americano Dividido


A Administração Bush apelou para que o Congresso retenha a aprovação de sanções adicionais contra o Sudão, alegando que uma maior pressão económica poderá prejudicar as iniciativas diplomáticas que começaram a mostrar progresso.

O Senado está a considerar aprovar legislação que irá encorajar os esforços para desinvestir por parte de companhias que mantenham relações de negócios com o Sudão. A Câmara dos Representantes aprovou uma medida semelhante em Julho, mas a administração Bush argumenta que a lei iria interferir com o papel do presidente na definição da política externa.

Representantes da administração Bush adiantam que aquela medida poderá pôr em causa esforços diplomáticos e planos para uma missão híbrida entre a União Africana e as Nações Unidas numa operação de manutenção da paz na província sudanesa de Darfur.

Este é um ponto sublinhado pela Subsecretária de Estado Assistente para as Finanças Internacionais e para o Desenvolvimento, Elizabeth Dribble, durante uma sessão realizada no âmbito da Comissão do Senado para a Banca: “O desinvestimento requerido seria visto pelos nossos aliados como uma acção do governo americano visando as suas empresas e isso poderia afectar a nossa capacidade em obter a cooperação e uma acção mútua no que diz respeito ao Sudão. Alguns daqueles aliados-chave irão fornecer tropas e equipamento para a força de manutenção da paz híbrida União Africana-ONU.”

Por seu lado, a Secretária de Estado americana para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, também expressou preocupação face á proposta legislação: ”Estamos também preocupados com algumas iniciativas destinadas a aumentar a pressão económica sobre o Sudão possa prejudicar o nosso relacionamento com os nossos parceiros europeus em vez de aumentar a pressão sobre Cartum, podendo complicar ainda mais os esforços para levar por diante os nossos substanciais programas de assistência”.

Em Maio deste ano, o presidente Bush agravou as sanções contra o governo do Sudão. A administração argumenta que essas acções se têm revelado eficazes, resultando no facto de Cartum ter alterado a sua posição sobre o envio das forças de paz para Darfur.

Mas, John Prendergast, co-presidente da organização sem fins lucrativos Projecto Basta que visa pôr fim à violência em Darfur, exortou o Congresso dos EUA a passar uma lei endurecendo ainda mais as sanções: “O pior que poderíamos fazer agora seria desistir, porque esse erro mortal tem sido feito repetidamente no que toca a Darfur, durante os últimos quatro anos e meio e é precisamente isso que a administração propõe. Ou seja: reduzir a pressão, desistir. Isso irá garantir os mesmos resultados que temos obtido nos últimos quatro anos e meio. Se o Congresso recuar agora iremos regressar à estaca zero, garantido”.

O senador Bob Casey, um democrata pelo Estado da Pensilvânia, concorda: “Uma das melhores formas de unificar os nossos esforços é garantirmos que o governo federal confira aos governos estaduais e locais autoridade para fazerem o que sabemos irá ter impacto”.

No início da semana, o Congresso aprovou e enviou ao presidente Bush uma lei separada a qual aumenta as penalidades as aplicar às companhias que mantenham negócios com o Sudão e com o Irão.

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