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Iraque: Democratas na Oposição Criticam Bush


Os líderes do Partido Democrático, no Congresso dos EUA, lançaram novos apelos para que os republicanos, em minoria, abandonem a estratégia militar do presidente Bush para o Iraque. Um dos mais acérrimos críticos do presidente na Câmara dos Representantes revelou parte da abordagem a assumir pelo seu partido nas próximas semanas, altura em que o Senado começa a debater legislação para o sector da Defesa.

O congressista democrata John Murtha usou um discurso que proferiu no Clube de Imprensa de Washington para dar resposta detalhada ao relatório apresentado, na semana passada, pelo comandante das forças americanas no Iraque, o general David Petraeus.

Murtha preside à importante comissão de apropriações orçamentais para o sector da Defesa e fez notar que, em vez de tomar uma posição imediata para mudar o que designou por uma política falhada para o Iraque, o presidente Bush parece agora contente em deixar o tempo correr.

Comparando a situação no Iraque à guerra no Vietname, Murtha disse que a capacidade dos EUA em alterar acontecimentos através da força militar é limitada e desafia o que descreveu como tentativas do presidente para distorcer a realidade: “Os slogan retóricos não ganham guerras. Da mesma forma, a guerra no Iraque não será ganha com gráficos, projecções ou declarações aos media”.

Nas próximas semanas, o Senado dos EUA vai apreciar legislação do sector da Defesa para o ano fiscal de 2008, a par de uma proposta do presidente no valor de vários milhares de milhões de dólares para financiar a guerra no Iraque e no Afeganistão.

Ainda que prevendo que a Câmara dos Representantes volte a aprovar as exigências para um calendário específico para uma acelerada retirada americana, Murtha respondeu desta forma quando foi questionado acerca da possibilidade do Senado e da Câmara dos Representantes se distanciarem da posição do presidente sobre o Iraque: “Logo que as eleições primárias para as presidenciais de 2008 estejam terminadas, vamos ver os republicanos a abandonar o barco. A base republicana está a apoiar o presidente. No minuto em que as primárias terminem, vamos vê-los a saltar do navio a afundar”.

No momento em que o Senado começa a considerar as medidas políticas, incluindo numerosas emendas legislativas sobre o Iraque, o líder democrata Harry Reid lançou um apelo aos republicanos: “Já chegou a altura dos republicanos se manifestarem disponíveis para colaborar connosco sobre esta guerra sem fim para encontrar uma solução. De qualquer das formas, esta não é apenas uma guerra de Bush, mas é também uma guerra dos senadores republicanos.”

O senador republicano Jon Kyl usou da palavra no hemiciclo para exortar os congressistas a unirem-se para apoiar a política do presidente, incluindo a chamada necessidade de um relacionamento, a longo prazo, com o Iraque:
”Talvez seja bom ter as tropas americanas na região e mesmo no Iraque. O nosso desejo, e estou seguro será partilhado por todos nós, de ambos os lados do hemiciclo, é que esta ofensiva continue a ter sucesso para que possamos reduzir aquelas tropas ao ponto de não sobrecarregar as forças armadas americanas e para que o perigo para as nossa tropas seja grandemente diminuído”.

Ao apoiar o relatório do general Petraeus da semana passada, o presidente Bush apoiou um plano de retirada de, pelo menos, 30 mil tropas americanas do Iraque até meados do ano que vem.

No entanto, isto iria apenas diminuir o nível das tropas para os níveis anteriores a esta ofensiva.

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