O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon instou, ontem, o Irão a acatar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU relativamente às suas actividades nucleares, precisamente dias depois do ministro dos Negócios Estrangeiros da França ter alertado o mundo para a eventualidade de uma guerra, caso as negociações com Teerão, versando o seu programa nuclear, redundem num insucesso.
Numa conferência de imprensa, ontem, em Nova Iorque, assinalando o início da 62a sessão da Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral Ban Ki-moon frisou que a questão nuclear iraniana figura no topo das prioridades da agenda daquela organização mundial.
No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Franca, Bernard Kouchner, tinha alertado para a iminência de uma guerra, caso as negociações com o Irão falhassem nos seus propósitos e Teerão levasse por adiante os seus intentos nucleares para fins militares. Diga-se, um comentário que suscitou de imediato a pronta reacção da Rússia e da China, países cujos diplomatas manifestaram, em Nova Iorque, preocupação quanto ao cenário do recurso à forca militar.
Mas, o secretário-geral da ONU reiterou aos jornalistas a necessidade da crise nuclear iraniana ser resolvida através do diálogo e de forma pacífica.
“Encorajo o Irão a cooperar de forma transparente nas negociações com a Agência Internacional para a Energia Atómica, que implemente o plano acordado com aquela agência da ONU”, apelou Ban Ki-moon Alguns países têm, entretanto, exortado a aplicação de sanções mais rígidas contra Teerão.
Na próxima semana, os líderes mundiais começarão a chegar à sede da ONU, em Nova Iorque, para os debates da Assembleia Geral das Nações Unidas. Mas, antecipando a chegada dos líderes mundiais, várias reuniões ao mais alto nível estão, para já, planeadas, incluindo uma agendada para este sábado e em que a situação no Iraque, estará em análise.
O secretário-geral da ONU e o primeiro ministro iraquiano, Nouri al Maliki, vão co-presidir à reunião versando o Iraque e perspectiva-se que em analise esteja a expansão do papel da ONU naquele país.
Mas, Ban Ki-moon manifestou-se particularmente preocupado com a situação humanitária no Iraque:
“Existe uma enorme preocupação humanitária e com os assuntos envolvendo os refugiados iraquianos. A Síria e a Jordânia estão a fazer face a dificuldades de acomodação do fluxo refugiados, que tem abandonado o Iraque, a uma media 15 mil por semana. Estamos perante um número elevado de refugiados.”
As agências humanitárias das Nações Unidas lançaram, em Genebra, um apelo internacional de ajuda, calculado em 85 milhões de dólares, necessários à assistência médica aos dois milhões de refugiados iraquianos acolhidos pelos países vizinhos.