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Caos e Violência no Delta do Níger


A região nigeriana do Delta do Níger, rica em petróleo, viveu uma das semanas mais violentas da sua história recente. A polícia acaba de confirmar perto de uma dezena de mortes desde segunda-feira da semana passada marcada por confrontos entre bandos armados. Testemunhas afirmam esperar que aumente o número de vitimas mortais.

Tiroteio podia ser ouvido por toda a cidade de Port Harcourt, na sequência de violentas batalhas travadas entre bandos rivais.

A jornalista Ibiba Don Pedro afirma que as ruas estão vazias e que as pessoas abandonaram a cidade: “As pessoas ficam em casa. Muitas pessoas estão a abandonar as suas comunidades. Mas, a maioria está a tentar passar despercebida. Penso que, nos próximos dias, iremos ver muitas pessoas abandonarem Port Harcourt à procura de segurança noutros lugares.”

Não é claro o que desencadeou as batalhas, que começaram na segunda-feira. No ano passado, grupos militantes aumentaram o número de raptos de estrangeiros e lançaram mais ataque contra centros de extracção de petróleo, reduzindo a produção daquele país.

Don Pedro afirma que bandos rivais estão a competir pelo controlo do poder. Diz ela que este surto de violência entre bandos não faz parte da luta do povo do Delta do Níger em prol de um maior controlo do petróleo extraído naquela região e tem um efeito negativo nos jovens que crescem acostumados à violência.

A jornalista Dom Pedro afirma que ainda está tensa depois de homens armados terem aberto fogo contra o edifício onde está localizado o seu escritório. Um dos seguranças foi ferido: “Não podemos imaginar educar as nossas crianças numa atmosfera como esta. Penso que o governo federal tem que actuar e espero que a comunidade internacional faça muitas pressão sobre o governo federal para que este actue e declare o estado de emergência no Delta do Níger, Imediatamente.”

Kennedy West, da Associação para a Não Violência no Delta do Níger afirma que o governo necessita de aumentar as forças usadas para pôr termo aos combates. O chefe da polícia da Nigéria, Mike Okiro, reuniu-se com líderes locais para encontrar formas para controlar a situação:“Isto não o tipo de área onde possam, agora, usar uma força mínima. Porque estamos perante um grau de violência na sua máxima força. E a violência resulta do facto das pessoas estarem a fazer dinheiro com isso.”

Enquanto o rapto de trabalhadores petrolíferos estrangeiros se tornou comuns nesta zona, a violência alastrou e agora inclui raptos de indivíduos que não estão ligados à indústria petrolífera, roubos à mão armada e violência entre bandos.

Pouco depois do presidente Umaru YarAdua ter tomado posse, em Maio, este libertou o líder militante Asari Dokubo, uma das principais exigências feitas pelos rebeldes. Mas, agora, os grupos separatistas continuam a lutar por um maior controlo dos recursos da região do Delta do Níger.

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