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Paquistão e Afeganistão Voltaram a Confrontar-se


Tropas do Paquistão e do Afeganistão voltaram a confrontar-se ao longo da fronteira, estando cada vez mais tensos os laços entre os dois países aliados dos Estados Unidos.

A ultima violência irrompeu ao longo da área fronteiriça que divide a região tribal paquistanesa de Kurram com a província afegã de Paktia.

Forças paquistanesas e afegãs trocaram fogo de morteiro e de armas ligeiras, com ambas as partes a acusarem-se mutuamente de terem iniciado o incidente.

O Afeganistão disse que dois dos seus soldados ficaram feridos na confrontação, mas nenhum dos países noticiou baixas mortais. Confrontos mais graves ocorreram na mesma região no domingo passado, onde pelo menos 13 afegãos foram mortos.

Falando hoje aos jornalistas em Cabul, o presidente afegão Hamid Karzai afirmou que o Afeganistão está “entristecido” pelo conflito, mas insistiu que as suas tropas foram comedidas em face da agressão paquistanesa.

“Mesmo quando as nossas posições foram atacadas com fogo de artilharia pesada, as minhas instruções ao ministro da Defesa foram de defender o país, mas não ripostar ao fogo com artilharia através da fronteira”.

O Paquistão e o Afeganistão são aliados nominais, mas as relações entre os dois países tornaram-se cada vez mais belicosas nos últimos meses.

Ambos os países são aliados dos Estados Unidos na guerra contra o terror. Os recentes confrontos em Kurram, contudo, foram os mais pesados confrontos entre os dois países vizinhos em vários anos.

Existem cada vez mais preocupações de que as tensas relações entre Islamabad e Cabul possam prejudicar os esforços para derrotar os Taliban, que estão a conduzir uma rebelião violenta contra o governo afegão.

O antigo embaixador dos Estados Unidos no Afeganistão, Ronald Neumann, esteve no Paquistão para conversações oficiais e sublinhou a necessidade para uma maior cooperação inter-fronteiriça.

“O Afeganistão e o Paquistão enfrentam inimigos comuns, um extremismo comum que existe em ambos os lados da fronteira. Muito tem sido feito, o Paquistão perdeu muitos soldados na luta, mas todos precisam fazer mais”.

Funcionários americanos e afegãos disseram que militantes Taliban estabeleceram uma serie de bases no interior do Paquistão e rotinamente atravessam a fronteira para atacar as forcas afegãs e internacionais. O presidente afegão Karzai tem acusado o Paquistão de apoiar tacitamente a rebelião.

Na quarta-feira, mais de mil afegãos, muitos deles cantando “morte ao Paquistão”, efectuaram uma manifestação defronte da Embaixada Paquistanesa em Cabul.

O Paquistão afirma ter estacionado mais de 90 mil soldados na fronteira numa tentativa para interferir com a rebelião.

A acrescentar a guerra das palavras, Islamabad tem acusado refugiados afegãos vivendo no Paquistão de alimentarem a insegurança regional e desestabilizar ambos os países.

As autoridades paquistanesas informaram que três pessoas morreram e pelo menos 10 outras ficaram feridas em confrontos registado na quarta-feira entre forças de segurança e refugiados paquistaneses no sul do Paquistão.

Funcionários paquistaneses disseram que os refugiados afegãos estavam a protestar contra movimentações para demolir o seu campo, que está previsto ser fechado no final deste ano.

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