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Sanções Económicas dos Estados Unidos ao Sudão


Falando no Museu do Holocausto em Washington, o presidente Bush delineou as acções do seu governo se Cartum não puser fim a sua intransigência de evitar a instalação de uma força de 20 mil soldados de manutenção da paz da ONU e União Africana em Darfur.

“Em primeiro lugar, o Departamento do Tesouro reforçará as sanções económicas dos Estados Unidos ao Sudão. Este novo esforço permitirá aos Estados Unidos aplicar mais agressivamente as sanções existentes contra o governo do Sudão, bloqueando quaisquer das suas transacções em dólares no seio do sistema financeiro americano. Como parte desse esforço, o Departamento do Tesouro acrescentará 29 empresas pertencentes ou controladas pelo governo do Sudão a sua lista de Nacionais Especialmente Designados. Esta designação irá barrar aquelas empresas do sistema financeiro dos Estados Unidos – tornando num crime para as empresas e cidadãos americanos fazerem negócios com elas”.

Para além disso, o presidente Bush afirmou que os Estados Unidos estabelecera sanções contra indivíduos responsáveis pela violência em Darfur, medidas que disse irá impedi-los de terem acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos e impedi-los de fazerem negocio com quaisquer empresas ou cidadãos americanos.

Poucas horas mais tarde, o Subcomité para o Terrorismo, Comércio e Não-Proliferacão da Câmara dos Representantes convocou uma sessão para examinar a questão de como é que as sanções poderão ser mais efectivas.

O congressista Brad Sherman é o presidente do painel.

“Olhando para os objectivos que estamos a tentar alcançar, devemo-nos virar para esses países que proliferam o terrorismo e limitar ou eliminar os empréstimos dos seus governos, investimentos nos seus sectores de petróleo, todos os outros investimentos e as suas exportações não-energéticas.”

O congressista republicano Ed Royce referindo-se as observações do presidente Bush sobre o Sudão e Darfur, disse que finalmente parece que os Estados Unidos estão a virar o fardo financeiro contra o governo do Sudão.

Contudo, Royce afirmou que gostaria de ver passos mais fortes do presidente:

“Estou desapontado que o presidente não tenha ido mais longe e não tenha dado luz verde ao Departamento do Tesouro para cortar todas as transacções em dólares do Sudão para o sistema financeiro dos Estados Unidos. Esperamos muito. Estive em Darfur, estive em campos que foram atacados e falei com sobreviventes. Um genocídio ocorreu lá na realidade. E tempo para os Estados Unidos tomarem este tipo de acção”.

Legisladores no Congresso estão entretanto a efectuar os seus próprios esforços pessoais e diplomáticos em relação a Darfur.

O líder da maioria da Câmara dos Representantes, Steny Hoyer, esteve recentemente no Sudão onde se encontrou com lideres governamentais do sul do pais, visitou pessoas deslocadas em campos em Darfur e verificou os esforços da forca de manutenção de paz da União Africana.

Hoyer encontrou-se também no Cairo com o presidente egípcio Hosni Mubarak a quem pediu que pressionasse Cartum e disse que o embaixador egípcio em Washington lhe telefonou para dizer que o presidente Mubarak tinha já tomado medidas nesse sentido, embora não tivesse precisado.

O Egipto advertiu os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas a não imporem sanções ao Sudão, devido à crise em Darfur.

A advertência egípcia segue-se às declarações do presidente George Bush e do primeiro ministro britânico Tony Blair, que em intervenções em separado, ameaçaram recorrer a mais sanções contra o governo de Cartum.

Numa declaração tornada publica hoje, o ministro dos negócios estrangeiros egípcio, Ahmed Abdoul Gheit disse ter enviado a mensagem que considera de urgente, aos Estados Unidos, a França, a Grã Bretanha a China e a Rússia.

O governante egípcio defendeu por outro lado que a comunidade internacional deveria saudar a decisão do Sudão em aceitar o apoio disponibilizado pela ONU, as tropas de paz da União Africana estacionados em Darfur.

O pacote de ajuda das Nações Unidas prevê o envio de três mil capacetes azuis para aquela volátil região, em apoio às forças africanas.

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