O eventual envio de ‘ninjas’ angolanos para o Zimbabwe, informação que as autoridades angolanas não confirmam nem desmentem, pelo menos “on the record”, pelos vistos iria deixar alguns britânicos de mau humor.
A notícia veiculada pelo Zimbabwe Online, publicação zimbabwana baseada na África do Sul, citava o ministro do Interior, Kembo Mohadi , como tendo dito que os primeiros 1000 de um total de 1500 efectivos da polícia angolana de intervenção rápida, chegariam ao Zimbabwe a um de Abril próximo.
A ida das tropas angolanas faz parte de um acordo que Mohadi assinou há poucos dias com o seu homologo angolano, Roberto Leal Monteiro <Ngongo>.
O governante zimbabwano disse ao <Zimonline> que a deslocação dos angolanos fazia parte de um programa de treinamento da policia local. Junta-se a isto o facto do comandante-geral da policia zimbabwana, Augustine Chihuri ter dito no principio do mês que a sua corporação não estava preparada para enfrentar grandes manifestações. Alem de registar um numero elevado de deserções, esta mal equipada, e é mal paga.
Entretanto e embora careça de confirmação por parte dos angolanos, a admissão por parte de Kembo Mohadi foi suficiente para criar ondas na Grã-Bretanha, um dos países mais interessados com o que se passa no Zimbabwe.
Tom Levitt membro do parlamento pelo partido Trabalhista levantou a questão esta terça-feira, perguntando à secretária dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Margareth Becket, se ela estava ao corrente do que dizia o jornal, e se havia algum fundamento na notícia. Levitt disse à secretária de Estado que em caso de ser verdade, ela deveria advertir os angolanos, e outros países que agirem neste sentido de que estariam a entrar num terreno perigoso.
A ser verdade, esta seria a terceira intervenção militar angolana fora de portas, na última década. Os angolanos intervieram com meios ou homens, e nalguns casos com ambos, nos dois Congos e, na Costa do Marfim.
A secretária de estado respondeu dizendo que embora estivesse ao corrente da notícia não tinha nenhum dado que sustentasse a mesma, assegurando, entretanto, que este assunto era uma das suas prioridades para os dias de hoje.