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Republicanos Alinham-se para as Presidenciais de 2008


Pela primeira vez, desde as eleições presidenciais do ano 2000, os republicanos estão envolvidos numa competição cerrada para ver quem será o escolhido pelo partido como candidato à corrida de 2008 à Casa Branca. Para, já, esta pré-campanha já deu a conhecer alguma surpresas.

Uma sondagem recente mostrava o antigo presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, como o favorito entre os candidatos republicanos. Giuliani ficou à frente, seguido pelo senador pelo Estado do Arizona, John McCain, por uma margem de 44 contra 22 por cento, muito embora McCain tivesse vindo a ser considerado o principal para a nomeação por parte do Partido Republicano.

Muitos comentadores políticos têm argumentado que Giuliani terá dificuldade em obter a nomeação pelo seu partido porque o eleitorado conservador não gosta do apoio que ele tem dado ao movimento pró-aborto, aos que defendem os direitos dos homossexuais e ao controlo da venda de armas ao público.

Mas, até agora, Giuliani tem desafiado as expectativas e muitos conservadores parecem gostar das qualidades de liderança que demonstrou na sequência dos ataques terroristas de 2001, quando emergiu como uma figura nacional.

Giuliani falou recentemente perante um grande grupo de activistas conservadores, em Washington, e reconheceu as diferenças existentes: “Não concordamos em tudo. E eu não concordo comigo próprio em tudo. E o essencial de uma eleição presidencial é concluir em quem acreditamos mais e quem pensarmos quais são as coisas mais importantes para este país, numa determinada altura. E nós acreditamos em muitas dessas coisas.”

A subida inicial de Giuliani nas sondagens foi feita à custa do senador John McCain. Alguns conservadores têm dúvidas do apoio de McCain às reformas nas áreas do financiamento das campanhas eleitorais e da imigração. E McCain foi um dos poucos candidatos presidenciais republicanos que não discursou perante a Conferência de Acção Política Conservadora, que tem a sua sede em Washington.

Larry Sabato, é o director do Centro de Estudos Políticos da Universidade da Virgínia: “Durante os últimos meses, McCain perdeu terreno. Giuliani ganhou terreno. Penso que isso não quer dizer que Giuliani será nomeado candidato republicano, mas sugere que muitos republicanos ainda têm dúvidas sobre McCain”.

McCain está a trabalhar para recuperar o ímpeto político que conseguiu quando concorreu de perto com o então governador do Texas, George W. Bush, nas eleições primárias republicanas do ano 2000.

Bush ultrapassou, eventualmente, McCain naquele ano e acabou por ganhar as presidenciais.

Mas, McCain é um dos maiores apoiantes do presidente Bush na guerra no Iraque e reconhece que o seu futuro político está ligado à eventualidade dos EUA conseguirem sair vitoriosos naquilo que, internamente, é considerada uma guerra impopular: “Acredito que este novo general e a sua estratégia, que há muito era necessária, venha a ser bem sucedido. E iremos ter, pelo menos, alguns indicadores nos primeiros meses da campanha militar, mas poderemos não saber outros pormenores durante muito mais tempo.”

Outros candidatos republicanos estão a empenhar-se ao máximo para alargarem o campo de escolha para além de McCain e Giuliani.

O antigo governador do Estado do Massachussets, Mitt Romney, ganhou um voto de confiança durante uma conferência de conservadores que se reuniu em Washington. Romney ficou à frente de Giuliani e de McCain: “Esta é a altura, este é o lugar para liderarmos uma grande coligação para fortalecer as nossas famílias, para nosso futuro, para a América. Deus abençoe a América”.

Romney é um de vários candidatos que esperam cativar a atenção do eleitorado conservador e que constituem o principal bloco de apoio no seio do Partido Republicano.

A ausência de um candidato republicano unificador poderá proporcionar uma abertura para a entrada de outros na corrida, incluindo o antigo líder do Congresso dos EUA, Newt Gingrich. Gingrich foi recebido positivamente pela conferência dos conservadores e anunciou que irá decidir em Setembro se irá concorrer na corrida para a nomeação do candidato republicano.

Stuart Rothenberg é um comentarista político independente, em Washington: “Todos os três principais candidatos republicanos têm fraquezas significativas. Mesmo os principais candidatos democratas têm fraquezas. Assim, muito embora haja candidatos na liderança, muitos pessoas pensam que, particularmente no que diz respeito aos candidatos republicanos, haverá uma oportunidade para que surja alguém que se distinga.”

Analistas políticos afirmam que a corrida presidencial de 2008 se intensificou muito antes do que seria esperar. A primeira votação está ainda a uma distância de dez meses.

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