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Darfur: Enviados da ONU e União Africana Optimistas


Por entre crescentes preocupações sobre a continuação da violência na região sudanesa de Darfur, destacados enviados especiais à região da ONU e da União Africana disseram, ontem, continuar optimistas de que possa ser encontrada uma solução para a crise.

O enviado especial da ONU a Darfur, Jan Eliasson, e o enviado da União Africana, Salim Ahmed Salim, disseram que os encontros que mantiveram esta semana com representantes do governo sudanês e com os não-signatários do Acordo de Paz de Darfur, são razão para optimismo.

Mas observadores dizem que, apesar das promessas feitas, tanto pelo governo do Sudão como pelas facções rebeldes, há poucos indícios no terreno de que quaisquer dos lados estarão empenhados em fortalecer o processo de paz.

A União Africana referiu, esta semana, que o aviões do governo sudanês bombardearam duas aldeias no Norte de Darfur, em directa violação de dois acordos de cessar-fogo.

O Sudão qualificou o bombardeamento de “manobra defensiva”.

O enviado especial da União Africana, Salim Salim, sublinhou a necessidade de renovar o processo político na região: “Não pode haver uma solução militar para a crise de Darfur. Penso que isso tem que ficar claro para todos. O resultado será apenas sofrimento, morte e destruição para o cidadão comum”.

O processo de paz de Darfur tem-se revelado hesitante desde a assinatura do acordo de paz entre o governo do Sudão e uma facção do Movimento de Libertação do Sudão, em Maio de 2006.

As duas outras facções rebeldes recusaram-se a assinar o acordo, alegando que o mesmo não preenchia as exigências da partilha do poder e da riqueza do país.

Os movimentos rebeldes, mais tarde, fragmentaram-se em alternativas alianças entre os diversos grupos rebeldes, o que resultou num caos.

Ataques contra trabalhadores de agências humanitárias, em Darfur, aumentaram no fim do ano passado, mas os seus responsáveis continuam, em larga medida sem ser identificados.

Críticos acusam tanto o governo do Sudão como os rebeldes de estarem agora apenas a tentar fugir às críticas da comunidade internacional.

O enviado da União Africana, Salim Salim, apelou às partes envolvidas no acordo que apoiassem as suas palavras com acções: “As consultas são essenciais, mas as consultas não podem ser um processo sem fim. E nós vamos actuar com um sentido de urgência, porque se continuarmos a fazer consultas atrás de consultas, quanto mais tempo isso levar, mais gente morre”.

O Sudão indicou que irá fazer mudanças ao acordo de Paz de Darfur.

Em particular, os rebeldes acusam a oferta governamental de 30 milhões de dólares para serem distribuídos pelas vítimas de ser um montante muito baixo.

Mas, nem o representante da ONU, nem o da União Africana conseguiram obter um acordo firme sobre o assunto junto das autoridades sudanesas.

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