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ONU Reduz Tropas na Fronteira Entre a Etiópia e a Eritreia


O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade um plano para reduzir de 2 mil e 300 para mil e 700 o número de efectivos na sua missão ao longo da fronteira entre a Etiópia e a Eritreia. Paralelamente, lamentou a ausência de progressos no que se refere à conclusão de um acordo acerca da demarcação da linha fronteiriça, um processo que se arrasta desde o ano 2000 quando uma trégua pôs termo a mais de dois anos de confrontos que provocaram a morte de mais de 70 mil pessoas. A resolução prorrogando o mandato da missão da ONU conhecida pela sigla UNMEE,critica ambos os países. Pede por exemplo à Etiópia para que aceite a proposta de acordo que lhe foi apresentada por uma comissão internacional de demarcação de fronteiras. Prevê também que a Eritreia retire as suas tropas da zona tampão ao longo dos mil Km de fronteira comum. Fontes diplomáticas indicam que a decisão de cortar a força da ONU em 600 elementos demonstra a frustração do Conselho de Segurança perante o falhanço das tentativas para ultrapassar o diferendo. Michael Hoare, um porta-voz da missão britânica junto das Nações Unidas declarou-nos que ambos os lados partilham as culpas: ” O problema reside no facto de que um dos países , a Etiópia, não reconheceu como final a decisão da comissão de demarcação das fronteiras e isso desempenhou um papel nas dificuldades que temos encontrado. Por outro lado, a Eritreia não reconheceu a natureza internacional da missão das Nações Unidas e impôs restrições que impedem a UNMEE de fazer o seu trabalho ,e, colocando-a mesmo, por vezes, em perigo.”

Por seu turno o embaixador da África do Sul junto das Nações Unidas, Dumisani Kumalo, declarou que a resolução do Conselho de Segurança constituiu uma advertência polida a ambos os lados: ”A resolução deixa bem claro junto das duas partes que se nada fizerem a este respeito, o Conselho de Segurança terá que optar pelas suas próprias acções. Ambos concordaram numa demarcação da fronteira e, portanto, têm que chegar a um acordo.”

Entretanto, o responsável pelas operações de paz das Nações Unidas, Jean Marie Guehenno, declarou que o processo de paz entre a Etiópia e a Eritreia está a desmoronar-se no seu todo. Falando á margem da cimeira da União Africana, em Adis Abeba, Guehenno declarou que a força de manutenção da paz das Nações Unidas se encontra numa situação muito difícil e desconfortável. Acrescentou que a decisão do Conselho de Segurança de reduzir o número de efectivos da missão deverá constituir uma forte advertência a ambas as partes. Salientou, no entanto, que seria muito irresponsável por parte da comunidade internacional desistir completamente deste processo.

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