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Escolha Apertada:Morgado ou Sikato?


Se a exoneração de Sebastião Veloso, do cargo de ministro Saúde resultou em controvérsia, a nomeação do seu substituto poderá ir pelo mesmo caminho.

Carlos Morgado, antigo médico pessoal de Jonas Savimbi viu já uma vez o Presidente José Eduardo dos Santos passar ao lado do seu nome, quando Isaías Samakuva o propôs para substituir a então ministra da Saúde, Albertina Hamukuaya. Carlos Morgado era o primeiro de uma lista de três médicos, mas o presidente da República de Angola preferiu nomear Sebastião Veloso, o terceiro.

Nada obrigava José Eduardo dos Santos a escolher o primeiro da lista. De resto o presidente de Angola usou do mesmo procedimento para escolha dos ministros do Comércio e do Turismo, respectivamente, Joaquim Icumba Muafumba, e Dinho Chingunji. Eram também eles os terceiros para cada uma das áreas.

A substituição de Sebastião Veloso afigura-se algo mais apertada, na medida em que segundo apurou a Voz da América, desta vez Isaías Samakuva apenas indicou dois nomes. E se sobre Carlos Morgado pesa o precedente de ter sido ignorado já uma vez pelo Presidente José Eduardo dos Santos, o segundo da lista, o médico Ruben Sikato, tem a particularidade de já ter passado pelo governo, e de ter abandonado o executivo em meio a uma viagem ao estrangeiro. Ministro da Saúde indicado por Jonas Savimbi para o GURN, Ruben Sikato deixou-se estar em Portugal, alegadamente porque não estava disposto a caucionar uma jogada de Manuvakola, ao tempo presidente da UNITA RENOVADA que impusera aos membros da UNITA no governo, a separação das águas: ou ele, ou Jonas Savimbi.

Em contradição aberta com Manuvakola, Sikato só voltou ao país após o congresso da UNITA de 2003, que elegeu Samakuva, acabando por ser substituído pela médica Albertina Hamukuaya. A circunstância em como deixou o governo nunca foi bem vista pelas autoridades angolanas. Pelas mesmas razões tinha ficado também no estrangeiro, o então ministro da Geologia e Minas, Marcos Samondo falecido há dois anos em Nova Iorque. Observadores em Luanda disseram que o passo que Sikato deu em 2000 deverá pesar na decisão de José Eduardo dos Santos.

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