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Desvirtuação da Lei e Corrupção dos Eleitos


O comunicado de Jean-Pierre Bemba – transmitido em duas das suas estacões de televisão, na noite de quarta-feira – acontece numa altura em que se envidam esforços para formar um novo governo e dias antes do novo secretario-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, efectuar uma visita ao país.

Depois de perder as eleições no ano passado, Bemba anunciou que iria liderar a oposição política contra o presidente Kabila. Na quarta-feira denunciou a corrupção e a compra de votos que, disse, falsificaram na semana passada as eleições para o Senado. Os apoiantes de Kabila obtiveram uma clara maioria, ganhando inclusive lugares em bastiões da coligação União para a Nação, de Bemba.

No seu comunicado, Bemba advertiu para o que chamou de “desvirtuação da lei” e “corrupção dos eleitos” destruindo as esperanças para uma democracia pacifica, trazendo por outro lado, as sementes da instabilidade.

As eleições no ano passado foram as primeiras eleições livres na antiga colónia belga em mais de 40 anos. Elas foram protegidas pela maior forca de manutenção da paz das Nações Unidas, como parte de uma estratégia para por fim a anos de conflito e caos.

Alguns analistas expressaram receios de que a oposição liderada por Bemba poderá vir a ser marginalizada e mesmo forçada a voltar para a rua, particularmente quando a maioria de Kabila no novo parlamento congoles distribuir posições chave pelos seus apoiantes.

Durante o processo eleitoral no ano passado soldados leais ao presidente Kabila e a Bemba confrontaram-se varias vezes na capital do pais, Kinshasa, levantando receios de que o país poderia resvalar para um conflito semelhante a devastadora guerra civil entre 1998 e 2003.

Bemba prometeu usar todos os meios legais disponíveis – manifestações, greves e outro tipo de resistência – para desacreditar o que chamou de “instalação de um regime ditatorial por detrás de uma fachada democrática”.

Bemba tem um forte apoio em Kinshasa e noutras parte do oeste do país onde se fala o lingala. Em contraste, Kabila, fala mal aquela língua nacional e a sua base de apoio encontra-se maioritariamente entre os falantes de swahili no leste do país. A língua oficial da Republica Democrática do Congo é o francês.

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