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Manifestações de Rua para Exigir Demissão de Conté


Na Guiné-Conackry, confrontos entre manifestantes exigindo a demissão do presidente e forças de segurança resultaram na morte de 20 pessoas e dezenas de feridos.Médicos, em Conackry, afirmam que a maior parte das vítimas foram atingidas a tiro.

Líderes sindicais haviam apelado a maiores manifestações, a partir de segunda-feira, apesar da proibição do governo e da forte presença militar no terreno.

Jovens nas ruas no início da manhã, avançando dos subúrbios da capital em direcção ao centro.

A maior parte dos tiros foram disparados ao meio-dia, quando vagas de manifestantes se aproximaram do palácio presidencial e de outros edifícios governamentais.

Os manifestantes apelaram para a demissão do presidente Lansana Conté, afirmando que ele é um ditador que falsificou as eleições.

A determinada altura, de acordo com testemunhas oculares, as forças de segurança atiraram uma granada para a zona onde médicos estavam a tratar alguns dos feridos.

O jornalista local, Maseco Conde, afirma que líderes sindicais foram presos após o anoitecer.

Pouco antes, numa operação liderada pelo próprio filho do presidente, uma unidade das forças especiais de segurança atacou uma área onde os líderes sindicais se encontravam reunidos.

Noutras cidades, há notícia de violência mortífera.

O analista Gilles Yabi, que pertence ao Grupo de Internacional de Crises, que tem a sua sede em Bruxelas, afirma que as manifestações irão diminuir se um novo prineiro-ministro for nomeado: “ O compromisso mínimo seria a nomeação de um primeiro-ministro com plenos poderes, numa iniciativa destinada a neutralizar o presidente Conte. E mesmo isto pode ser aceitável para a população. O que os guineenses têm vindo, realmente, a pedir agora é que o presidente Conte seja afastado, que vá para a sua aldeia, ainda que retendo o título de presidente, mas não interferindo na justiça e sem empurrar ou manter o país numa situação de extrema pobreza”.

Os líderes da oposição, na Guiné-Conackry, dizem recear serem presos.

Conte declarou, no domingo, que se irá manter no poder e apelou ao exército e à população para o apoiar.

As manifestações, que começaram vai para 13 dias, foram desencadeadas pela libertação de dois adjuntos do presidente que tinham sido presos acusados de corrupção. Conté demitiu o seu primeiro-ministro no ano passado e, desde então, tem vindo a governar sozinho.

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